A petrolífera Sonangol vai manter a atribuição do cabaz de Natal aos trabalhadores, mas afirma ter reduzido o custo a 10%, com os colaboradores a terem um cartão do hipermercado de Isabel dos Santos para essas compras.
Segundo informação divulgada, esta quinta-feira, pela petrolífera estatal, em processo de reestruturação e liderada desde junho por Isabel do Santos, além do Candando, propriedade da empresária e com uma loja (Luanda), para esta operação, que vai custar seis milhões de dólares (5,6 milhões de euros), foi igualmente selecionado o grupo Kero, este com lojas em algumas províncias.
O cabaz de Natal que a petrolífera oferecia a trabalhadores no ativo e reformados, mantém-se este ano, mas passa a ser entregue na forma de um cartão de consumo, com ‘plafond’ variável, permitindo a aquisição de qualquer produto nos dois grupos de distribuição.
A empresa garante que no processo de seleção dos fornecedores do cartão de consumo foi feito um “concurso no mercado nacional”, tendo sido “convidadas várias empresas a participar”.
Apresentaram propostas, lê-se, os grupos Kero, Nosso Super, Shoprite e Candando.
“As soluções mais competitivas, quer em termos de preços, quer em termos de oferta, qualidade, variedade e comodidade para o trabalhador foram apresentadas pelas empresas Kero e Candando”, afirma a petrolífera estatal.
Segundo a Sonangol, esta gestão permitiu “uma redução significativa” do valor a pagar anualmente pela empresa com estas “ofertas”, que passou de 60 milhões de dólares para o equivalente em kwanzas a cerca de seis milhões de dólares.
“Esta poupança é o resultado de um conjunto de decisões alinhadas que passam pela introdução do cartão de consumo, mas também pela atualização do número pessoas beneficiadas e pela revisão do valor do ‘plafond’ atribuído a cada colaborador”, acrescenta a petrolífera.
A Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol) é totalmente detida pelo Estado angolano e nas várias empresas do grupo empregava, no final de 2015, mais de 8.200 trabalhadores.
A empresa atravessa uma profunda crise financeira, agravada pela quebra, desde finais de 2014, nas receitas com a exportação de petróleo, tendo em curso um processo de reestruturação ordenado pelo Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, que escolheu Isabel dos Santos para presidente do conselho de administração do grupo.
Essa nomeação tem vindo a ser contestada publicamente, inclusive com uma providência cautelar interposta por advogados angolanos, ainda por decidir no Tribunal Supremo, por se tratar da nomeação da própria filha, tendo em conta a lei da Probidade Pública, e pelos interesses que a Isabel dos Santos tem em várias empresas angolanas que trabalham com a Sonangol.