Os credores estão a monitorizar cuidadosamente” o trabalho do novo governo — um governo que “começou a reverter algumas das medidas tomadas durante o programa de ajustamento“. Esta é a mensagem que pode ler-se na página do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), o fundo de resgate europeu que é liderado pelo alemão Klaus Regling.

O alerta do MEE, credor de Portugal ao abrigo do programa de resgate, surge no final de um texto que começa com elogios ao país — dizendo que conseguiu retomar a solidez económica. O MEE fala numa reforma bem sucedida, orientada pelos credores externos, numa economia mais competitiva em termos internacionais, e num controlo dos défices públicos.

Depois de ter perdido o acesso aos mercados, Portugal pediu ajuda internacional e “rapidamente o programa começou a dar frutos”. A saber: “as exportações começaram a subir mais rapidamente do que a média europeia, à medida que a economia se tornou mais competitiva. Um défice da conta corrente de dois dígitos foi eliminado. O défice público encolheu e o crescimento foi retomado. Portugal voltou a conseguir emitir obrigações e saiu, com sucesso, do programa em 2014”.

Depois deste retrato favorável do trabalho feito por Portugal, enquanto esteve sob orientação do programa de ajustamento, a conclusão deixa no ar um receio de que parte do trabalho possa ser revertido.

O novo governo em Portugal, que tomou posse no final de 2015, começou a reverter algumas das medidas tomadas durante o programa de ajustamento. Os credores estão a monitorizar cuidadosamente se isso irá prejudicar a competitividade e a situação orçamental.”

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