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Fernando Medina: "Com a nossa gestão, a Carris não vai voltar a acumular dívida"

Este artigo tem mais de 5 anos

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa prometeu no Facebook fazer mais investimentos na rede de elétricos, que apenas tem cinco carreiras atualmente.

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ESTELA SILVA/LUSA

ESTELA SILVA/LUSA

Uma miniatura da estátua de D. José, um volume de Orpheu, uma caixa de filmes de Jacques Tati, dois enormes volumes sobre Santiago Calatrava e Renzo Piano, um livro de Vik Muciz. Estas são algumas das coisas que o presidente da Câmara Municipal de Lisboa tem no seu escritório, que esta quinta-feira serviu de cenário a uma conversa de Fernando Medina com os lisboetas no Facebook. O tema era a transferência da gestão da Carris para a autarquia e o presidente da câmara garantiu que a empresa de autocarros vai melhorar o serviço e “não vai voltar a acumular dívida”.

Através de um vídeo em direto, o autarca respondeu às perguntas que os cidadãos colocaram na rede social e repetiu as principais novidades que já tinha dado aquando da formalização da passagem da Carris das mãos do Estado para a câmara. Os passes sociais vão ser gratuitos para crianças até aos 12 anos e mais baratos para idosos com mais de 65, haverá uma nova rede de autocarros de bairro e outra de veículos rápidos. Estão também prometidas mais faixas bus, mais condutores e mais viaturas. Tudo, garante Fernando Medina, sem comprometer a saúde financeira nem da empresa nem da autarquia.

“Não é possível pensar que algum serviço de transporte da cidade algum dia vai dar lucro para pagar a dívida” da Carris, que vai ficar na esfera de responsabilidade do Estado, disse o presidente da câmara. “O compromisso que nós assumimos é que, com a nossa gestão, nós não voltamos a gerar nova dívida. Com a nossa gestão, a Carris não vai voltar a acumular dívida”, garantiu Fernando Medina, que admite que “há linhas que nunca serão rentáveis, mas que são importantes para a vida da cidade”.

Essa é uma das diferenças entre a gestão ser autárquica ou ser privada, argumentou Medina. “Não há aqui nenhum favor, como alguns disseram. Não, a câmara tem exatamente o mesmo tratamento que o Governo anterior deu aos privados”, afirmou, referindo que as empresas que ganharam o concurso de subconcessão durante o Executivo de Passos Coelho também não iam assumir a dívida histórica da Carris.

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Mais elétricos e poucas perguntas incómodas

Na sessão de perguntas e respostas, Fernando Medina deu ainda a entender que a câmara tenciona investir no alargamento da rede de elétricos da capital, atualmente reduzida a cinco carreiras. “Acho que foi um erro termos reduzido as linhas de elétrico por toda a cidade. Lisboa tinha uma grande rede de elétricos, infelizmente hoje não temos”, lamentou o autarca. Para já, a única promessa é a reativação da carreira 24, suspensa provisoriamente há vinte anos. “Vai demorar algum tempo, não será no imediato, mas o nosso objetivo é pô-lo a funcionar desde o Cais do Sodré até Campolide”, disse.

O presidente da câmara afirmou que o elétrico é um “meio querido e tradicional” e “ambientalmente sustentável” e disse que está nos horizontes da autarquia prolongar a carreira 15 da Praça da Figueira à estação de Santa Apolónia. “A oferta que hoje temos não é uma boa oferta”, disse Medina, que no entanto admitiu que não será fácil reconstruir a rede de elétricos que já existiu um dia.

O autarca está convencido de que a gestão camarária vai “trazer benefícios” à Carris e garante que o metro não será negligenciado, apesar de continuar nas mãos da administração central. “Não seria tão fácil à câmara trazer tantos benefícios ao metro” neste momento, afirmou.

A maioria dos 174 comentários e perguntas foram elogiosos para Medina e para a câmara, mas o presidente deixou algumas questões sem resposta. Fernando Medina não respondeu às inúmeras pessoas que perguntaram se as condições dos trabalhadores da Carris iriam melhorar, mas também não falou sobre os passageiros que não pagam bilhete, a rede da madrugada e a Carristur (empresa que faz percursos turísticos).

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