Uma entrevista do primeiro-ministro da Hungria a um grupo de jornais, cujo líder é próximo de Viktor Orbán, foi adulterada antes da sua publicação nos cinco jornais, com frases jocosas e negativas para o governante. O culpado pela ‘brincadeira’ ainda não é conhecido, mas já foram demitidos cinco jornalistas.

A história é contada pela blogger anti-Orbán Eva Balogh, e lembrada esta terça-feira pelo Politico. Viktor Orbán, que governa a Hungria com mão-de-ferro, deu uma entrevista ao grupo Mediaworks, detida por um empresário amigo. Essa entrevista foi publicada em cinco jornais regionais que fazem parte do grupo.

O problema: a entrevista foi publicada com alguns ‘acrescentos’ pouco simpáticos para o primeiro-ministro húngaro.

Entre as alterações, explica a blogger, estarão comentários acrescentados a frases e declarações falsas atribuídas a Orbán. Por exemplo, onde Orban diz que “a Hungria é uma ilha de estabilidade no turbulento mundo ocidental porque pedimos a opinião ao povo”, o autor das mudanças terá acrescentado que “Apesar de não querermos saber [da resposta]. Quando o primeiro-ministro dizia que ia aumentar os salários dos enfermeiros em 2017 e 2018, o autor das mudanças acrescentou “o número de cadáveres nos hospitais também está a aumentar” e quando Orbán diz que a “corrupção como instrumento político tornou-se aceitável”, o autor acrescentou-lhe “nós também a usamos”.

O grupo apresentou uma queixa contra desconhecidos e admite que ainda não conseguiu identificar o culpado. No entanto, avançou com uma investigação interna e questionou extensivamente cinco jornalistas, despedindo-os logo de seguida, apesar de três deles garantirem que nenhum deles tem privilégios editoriais nos seus perfis de edição que lhe permitam fazer esse tipo de alterações.

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