O líder do Partido Trabalhista britânico, Jeremy Corbyn, vai fazer um discurso esta terça-feira onde vai detalhar a estratégia da sua força política em relação à saída da União Europeia, tomando algumas posições que podem significar uma mudança de estratégia e também de opinião. Depois de ter feito campanha pela manutenção do Reino Unido na União Europeia aquando do referendo de junho de 26 de junho — dentro do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn foi criticado por ter feito uma defesa tépida dessa posição —, o líder do centro-esquerda britânico vai dizer esta terça-feira que as negociações da saída do Brexit devem incluir “mudanças em relação à maneira como as leis migratórias da União Europeia funcionam”.

Aquela citação, e as seguintes, fazem parte de um conjunto de passagens do discurso que Jeremy Corbyn fará às 15h00 desta terça-feira. Alguns excertos foram divulgados à imprensa britânica.

“O Labour não está comprometido com a liberdade de movimento para cidadãos da UE como um ponto de princípio. Mas também não nos podemos dar ao luxo de perder o acesso completo ao mercado único europeu do qual dependem tantas empresas e empregos britânicos”, dirá Jeremy Corbyn, depois de nos últimos meses ter defendido sem reservas a manutenção da liberdade de circulação de cidadãos. Jeremy Corbyn dirá ainda que não haverá “falsas promessas na imigração” e que o seu partido apoia “regras justas e uma gestão razoável das migrações como parte de uma relação pós Brexit com a UE”.

Corbyn vai propôr salário máximo nacional

Noutra parte do discurso, o líder do Partido Trabalhista vai falar a favor da criação de uma espécie de salário máximo nacional. “Muito honestamente , eu gostava que houvesse algum tipo de limite aos altos rendimentos”, disse à BBC Radio 4, numa série de entrevistas que está a fazer na manhã de terça-feira, em antecipação do seu discurso.

Noutra entrevista, à Sky News, deu o exemplo dos futebolistas da Premier League, o principal campeonato inglês: “Eu acho que os salários de alguns futebolistas são simplesmente ridículos, alguns dos salários de grandes diretores são completamente ridículos. Porque é que alguém precisa de ganhar 50 milhões de libras [57,4 milhões de euros] ao ano?”.

Quando lhe perguntaram qual seria o limite desejado, Jeremy Corbyn escusou precisá-lo. “Não consigo encontrar um número e não quero fazê-lo agora”, disse na entrevista à BBC Radio 4. “A questão aqui é que nós temos um dos piores níveis de desigualdade salarial na maior parte dos países da OCDE.” No programa matinal Good Morning Britain, Jeremy Corbyn disse que o limite seria “algo acima” do seu salário, fixado nas 138 mil libras anuais — pouco mais de 158 mil euros.

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