A Casa Branca acusou os media de não darem a devida atenção a ataques terroristas cometidos por radicais islamistas e por isso distribuiu-lhes uma lista com 78 atentados que servem para ilustrar esse argumento.

Este gesto, que foi protagonizado pelo porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, seguiu-se depois de Donald Trump ter dito num discurso numa instalação militar que os media não estão a fazer o seu trabalho quando toca a este tipo de notícias. “Os terroristas islamistas radicais estão determinados a atacar a nossa pátria, tal como fizeram no 11 de setembro, tal como fizeram de Boston a Orlando a San Bernardino e em toda a Europa. Vocês viram o que se passou em Paris e em Nice”, disse. “Isto está a acontecer. Já chegou a um ponto em que nem sequer aparece nas notícias e, em muitos casos, a muito, muito desonesta imprensa não quer dá-las. Eles têm as suas razões e vocês percebem isso.”

Instado a explicar qual era a intenção do Presidente dos EUA ao dizer aquelas palavras, o porta-voz da Casa Branca reforçou a ideia de Donald Trump e voltou a falar da cobertura dada a manifestações, naquilo que pode ter sido mais uma referência aos protestos que se seguiram à tomada de posse do 45º Presidente dos EUA. Na altura, e para desagrado da Casa Branca, ficou provado que a tomada de posse de Donald Trump não contou com a participação de tantas pessoas quanto as duas de Barack Obama — e também que a manifestação anti-Trump do dia seguinte parece ter atraído mais pessoas.

“O Presidente acha que os media nem sempre dão a alguns eventos a cobertura que dão a outros. Uma manifestação pode ser levada para fora das suas proporções, porém, um ataque ou um atentado que foi evitado não tem necessariamente a mesma cobertura”, queixou-se Sean Spicer.

A lista entregue aos jornalistas correspondentes na Casa Branca inclui ataques de grande dimensão — e que foram também aplamente noticiados — como os de 13 de novembro de 2015 em Paris, o de 14 de julho de 2016 em Nice ou aquele que atingiu um mercado de Natal em Berlim, a 19 de dezembro do ano passado. A nível dos EUA, também estão lá presentes o tiroteio de San Bernardino (2 de dezembro de 2015, que levou Donald Trump a pedir o fecho de fronteiras a muçulmanos) e o que vitimou 49 pessoas numa discoteca LGBT em Orlando, na Flórida, a 12 de junho do ano passado. Todos eles foram notícia no mundo inteiro.

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