Duas pessoas estão a ser investigadas por alegadamente terem fabricado o relato de um crime de agressões sexuais em massa na passagem de ano, em Frankurt, Alemanha. O jornal alemão Bild recolheu os testemunhos mas um relatório policial vem desmentir tudo. “Foi uma invenção”, garantem as autoridades. Um bom exemplo de uma fake news, portanto.
Este caso, contudo, nada tem a ver com outra situação semelhante que ocorreu em Colónia na passagem de ano de 2015 para 2016.
O Bild avançou no início deste mês um suposto caso de violação em massa perpetuada por um grupo de 50 homens árabes — de um campo de refugiados em Hasse –, num restaurante em Frankfurt. Foram entrevistadas duas alegadas testemunhas — o chef do restaurante e uma mulher de 27 anos — que descreveram que o grupo entrou no restaurante, roubou os clientes e terá agredido sexualmente várias mulheres. A mulher revelou que os homens a agarram “por debaixo da saia, entre as pernas e no peito — em todo o lado” cita o The Independent.
Entretanto, foi revelado um relatório policial que desmente o acidente. As autoridades alemãs garantem que não receberam qualquer queixa de agressão sexual durante a passagem de ano e que as alegações são “completamente infundadas”. A polícia entrevistou os funcionários e clientes do restaurante que relataram uma versão diferente dos factos. Uma das vítimas da alegada violação nem sequer estava no local.
O editor do Bild, Julian Reichelt, já pediu desculpas aos leitores no seu Twitter: “Pedimos desculpas pelo nosso próprio trabalho. Vou anunciar em breve o que o Bild fará acerca disso”.
Entschuldigung in eigener Sache. Ich werde zeitnah mitteilen, welche Konsequenzen @BILD daraus zieht. https://t.co/nbyExKc2NO
— Julian Reichelt (@jreichelt) February 14, 2017