O Sindicato dos Jornalistas informou, esta quinta-feira, que continua à espera de uma reunião urgente pedida em 31 de janeiro à ANA — Aeroportos de Portugal e denunciou “exigências ilegais” da empresa aos jornalistas.

Em comunicado, o Sindicato dos Jornalistas adiantou que “escreveu à ANA — Aeroportos, há um mês, denunciando o que considera ser uma série de exigências ilegais, por parte da empresa, impostas aos jornalistas que pretendam fazer reportagem fotográfica/multimédia nas instalações do Aeroporto de Lisboa”.

Entre elas, prossegue o sindicato, está “um pedido de autorização prévia e a aplicação de taxas de serviço, além da reivindicação, ilícita, do direito a pré-visualizar as imagens captadas e a fazer depender de autorização explícita qualquer alteração a posteriori, e ainda de divulgar as imagens recolhidas, nomeadamente na intranet, página de internet e redes sociais da empresa”.

O Sindicato dos Jornalistas sublinhou que a atividade de jornalista é regulada legalmente na Lei n.º 1/99, que integra a liberdade de acesso às fontes de informação, que se traduz, “nomeadamente, no direito de acesso a locais abertos ao público, desde que para fins de cobertura informativa”.

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As instalações do Aeroporto de Lisboa “configuram locais abertos ao público, podendo, por isso, os jornalistas aí desempenharem trabalho jornalístico, desde que se munam do respetivo título profissional”, referiu o Sindicato dos Jornalistas, acrescentando que, “além disso, o condicionamento do exercício da atividade jornalística ao pagamento de taxas, mediante a análise do serviço em causa, configura-se como uma exigência ilícita”.

O sindicato adiantou que “a exigência de pré-visualização pela ANA — Aeroportos das imagens captadas pelo jornalista representa um condicionamento legal injustificado, dado que essas imagens não constituem propriedade da empresa”.

Por isso, “sem resposta à carta enviada em 20 de janeiro, o Sindicato dos Jornalistas enviou nova comunicação, em 31 de janeiro, pedindo uma reunião urgente, não tendo ainda obtido qualquer resposta por parte da ANA”, concluiu.

A Lusa tentou obter mais esclarecimentos junto da ANA mas não obteve resposta até ao momento.