A Disney Research, departamento de investigação da empresa, conseguiu desenvolver um sistema sem fios capaz de produzir energia suficiente para alimentar cerca de 320 dispositivos USB em simultâneo. O único problema deste sistema é que só funciona num local que esteja completamente isolado com metal, neste caso, painéis de alumínio. O projeto foi apresentado pela Disney Research a 15 de fevereiro.

Era de esperar que esta tecnologia chegasse, mais cedo ou mais tarde, por parte de empresas como a Apple, a Samsung ou a Google. Mas foi a Disney a responsável pelo projeto. Atualmente a tecnologia de carregamentos sem fios depende de uma proximidade entre o aparelho e o emissor, mas nesta sala que a empresa criou, o fornecimento de energia é feito em qualquer parte, sem que seja necessário estar perto de uma superfície ou ponto específico, desde que esteja dentro da tal caixa metálica.

Os investigadores criaram uma sala em tamanho real para demonstrar esta tecnologia. O teto, o chão e as paredes são feitas de painéis de alumínio e, no centro da sala, existe um pólo de cobre que permite à corrente elétrica percorrer a sala, qualquer coisa como 1.3 milhões de vezes por segundo. Um conjunto de condensadores no poste central assegura-se que a energia é confinada de maneira a não interferir com nada na sala. Desta maneira, as pessoas e outros objetos podem estar dentro da sala sem qualquer dano.

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Fora da sala existe um gerador e um amplificador de energia que leva a corrente elétrica até ao interior da sala. O loop de energia no interior da sala cria um campo magnético capaz de preencher todo o espaço interior, que se propaga perpendicularmente ao pólo central.

Aparelhos que sejam equipados com um recetor especial conseguem então receber a energia desse campo magnético sem a necessidade de um cabo ou de estarem próximos de um emissor. A sala protótipo alimentou apenas 10 dispositivos, entre eles um telemóvel, uma ventoinha e um carro telecomandado. Teoricamente, os investigadores acreditam que esta tecnologia seja capaz de fornecer energia a muitos mais equipamentos.

É possível transportar, dentro da sala, 1.9 kW de energia para os aparelhos e, deste modo, alimentar até 320 aparelhos que habitualmente se carregam por USB – que precisam de uma carga energética baixa para funcionarem. A nível de eficiência, os resultados variam entre os 40 e os 95%, dependendo da posição em que o dispositivo se encontra dentro da sala protótipo.

Até ao momento, esta é apenas uma prova de conceito e não existe qualquer garantia de que seja possível criar um serviço semelhante numa sala normal, até porque os painéis de alumínio não são um material barato. Além disso, uma distância inferior a 46 centímetros do pólo central pode não ser seguro para humanos. A equipa de investigadores acredita que uma versão mais pequena do sistema poderá ser um primeiro passo.