O presidente da AICEP, Miguel Frasquilho, que irá abandonar o cargo em abril, disse, em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios, que não se vê “a regressar ao Parlamento nos próximos anos.” O antigo vice-presidente da bancada do PSD (no tempo de Manuela Ferreira Leite) revela que pretende continuar no mundo empresarial e diz que Luís Castro Henriques, o seu provável sucessor na AICEP, é “extremamente competente.”

Miguel Frasquilho garante ainda que a decisão de sair da AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal) “não teve rigorosamente nada a ver com a mudança de ciclo político” e deixou agradecimentos ao antigo vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, e ao atual primeiro-ministro, António Costa. Sobre o secretário de Estado da Internacionalização — com quem se terá desentendido e que também estará na origem da sua saída — Miguel Frasquilho foi evasivo: “Prefiro concentrar-me nos assuntos que são realmente importantes e não ligar a outras matérias que não parece que sejam relevantes.”

No que diz respeito à banca, Miguel Frasquilho lembra que a venda do Novo Banco “está para breve” e — apesar de não se alongar nas considerações sobre o candidato favorito a garantir a aquisição — acredita que a Lone Star é “um investidor para ficar em Portugal a longo prazo.” Quanto à Caixa Geral de Depósitos, Frasquilho diz que “o que importa agora é implementar o plano que foi desenhado”, acrescentando que a escolha da nova administração foi “uma excelente solução.”

Miguel Frasquilho defende ainda uma medida em que PSD e CDS têm insistido e que António Costa travou quando chegou ao Governo: “Tenho muita pena que a reforma de IRC não tenha sido continuada“. Na fase de entrevista de respostas rápidas, o ainda presidente da AICEP elogiou ainda a “coragem extraordinária” de Passos Coelho por ter conseguido “tirar Portugal da situação de resgate” e é duro com Ricardo Salgado, negando qualquer proximidade: “Mantive com ele a relação que tinha um colaborador com o presidente do banco e, infelizmente, foi ele que conduziu os destinos do Banco Espírito Santo e, infelizmente, sabe-se aquilo que aconteceu.”

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