O líder do PSD defendeu este sábado, na Trofa, que “os órgãos independentes devem ser valorizados na sua independência”, sublinhando que não conhece qualquer facto que impeça o governador do Banco de Portugal de fazer o seu mandato.

Pedro Passos Coelho defendeu que Calos Costa tem condições para fazer o seu mandato e criticou “o Governo e a maioria que o acompanha” por “amesquinhar ou mesmo ameaçar” quem se pronuncia de uma forma que “não seja simpática para o que esta quer ouvir”.

“Não conheço nenhum facto que, há luz das disposições legais, impeça o governador Carlos Costa de fazer o seu mandato. Tenho assistido ao longo de mais de um ano a ataques políticos muito fortes que são dirigidos pessoalmente ao governador e não apenas ao Banco de Portugal”, disse Pedro Passos Coelho, à margem de uma visita à 71.ª edição da Feira Anual de Agropecuária da Trofa, distrito do Porto.

O líder do PSD defendeu que “o governador tem um estatuto de independência que deve ser respeitado” e lamentou que “normalmente a maioria que governa o país atualmente não respeite a independência destas autoridades”.

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“Não tem mostrado esse respeito e isso preocupa e julgo que é lamentável. Observamos isso em relação ao governador do Banco de Portugal e também em relação à presidente do Conselho de Finanças Públicas”, disse.

Passos Coelho considerou “indecoroso” que “vários dirigentes partidários” se proponham a “amesquinhar e desqualificar ou mesmo ameaçar com alterações legais sempre que órgãos independentes se pronunciam de uma forma que não seja simpática para aquilo que o Governo ou a maioria quer ouvir”.

“Isso é preocupante, porque em democracia temos de estar preparados para ouvir críticas (…). Os órgãos independentes devem ser valorizados na sua independência (…). O primeiro-ministro devia corrigir muito rapidamente essa atitude”, disse Pedro Passos Coelho.

Na sexta-feira a coordenadora do Bloco de Esquerda reafirmou que o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, “não tem condições” para se manter em funções, devido às “várias falhas graves” que tem demonstrado na supervisão da banca.

Já o primeiro-ministro, António Costa, afirmou que tem trabalhado com o governador do Banco de Portugal “de forma leal e construtiva”.