O presidente executivo da EDP recebeu uma remuneração fixa no ano passado de cerca de 984 mil euros. A este valor, há que somar a remuneração variável (prémios de gestão) de 395.868 euros, referente ao desempenho da empresa em 2015, mais um bónus de 656.172 mil euros em prémio de gestão relativos a ano de 2013.

O total dá cerca de dois milhões de euros, brutos, ou seja antes de pagar impostos (a taxa de IRS para rendimentos mais altos chega aos 48%). É um valor que volta a fazer de António Mexia um dos gestores mais bem pagos em Portugal, pelo menos nas empresas que negoceiam em bolsa. Isto apesar de a declaração sobre a política de remunerações considerar que o vencimento fixo do presidente do conselho de administração da EDP até está abaixo da média do universo analisado. A elétrica é a empresa que apresenta maiores lucros em Portugal. Em 2016, foram 961 milhões de euros, um crescimento de 5% que se deve contido em parte a fatores fiscais.

Lucros da EDP crescem 5% para 961 milhões em 2016

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O valor atribuído este ano ao presidente da EDP até está abaixo do montante de 2015, ano em que o gestor ganhou 2,1 milhões de euros brutos. Em relação a 2016, o vencimento de António Mexia subiu na componente fixa e baixou nas variáveis.

De acordo com a política remuneratória, o presidente do conselho de administração pode ganhar até 2,584 milhões de euros num ano, incluindo a remuneração variável anual e plurianual. Isto se cumprir todos os objetivos definidos pelos acionistas para o desempenho da empresa. Uma parte da remuneração variável ganha pelos gestores é paga de forma diferida ao longo de três anos.

Aliás, pelo critério do valor máximo possível, Mexia nem é o que pode ser mais bem pago. O administrador financeiro da EDP e o presidente executivo do Grupo EDP Renováveis, João Manso Neto, podem ganhar até 3,6 milhões de euros. 80% dos prémios de gestão resultam da ponderação do cumprimento de vários indicadores de performance da empresa, entre lucros, custos e retorno acionista, mas há uma fatia de 20% que resulta de avaliação qualitativa do desempenho de cada administrador.

No total, o conselho de administração executivo pode receber remunerações totais de 13,9 milhões de euros. No ano passado, o conselho de administração recebeu cerca de 10,87 milhões de euros, ao qual acrescem os vencimentos do conselho geral e de supervisão liderado por Eduardo Catroga cujas remunerações ascenderam a 1,9 milhões de euros.