O vice-presidente da Comissão Europeia, Pierre Moscovici, era um dos alvos das oito cartas armadilhadas enviadas a partir da Grécia e intercetadas pelas autoridades de Atenas na segunda-feira. A informação está a ser avançada pelo site Politico e pelo Financial Times, que citam diferentes fontes junto das autoridades que estão a investigar o caso e da Comissão Europeia . Além de Moscovici, outro dos alvos seria um representante do Banco Central Europeu não identificado.

Na segunda-feira, foram apreendidos oito pacotes suspeitos na Grécia. Um dia depois, o porta-voz de Jeroen Dijsselbloem confirmava que o líder do Eurogrupo eram dos alvos destas cartas armadilhadas.

Dijsselbloem era alvo de carta armadilhada que foi intercetada

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Já na altura muito se especulava sobre quem seria os outros alvos deste ataque, com o porta-voz do holandês a admitir que estavam várias personalidades de países europeus entre os destinatários identificados.

Os pacotes apreendidos pela polícia em Atenas, num centro de envio de correspondência no norte da capital grega, eram semelhantes aos que foram enviados na semana anterior ao Ministério das Finanças alemão e ao FMI em Paris. O pacote enviado para o FMI de Paris feriu ligeiramente – na cara e nas mãos – a funcionária que o abriu. O pacote enviado para Berlim foi intercetado pelos serviços de segurança.

A Conspiração das Células de Fogo, um grupo anarquista grego, reivindicou o envio da carta armadilhada para Berlim. Os investigadores franceses também atribuem a carta para o FMI de Paris à mesma organização anarquista. A Grécia vive desde 2010 sob forte controlo financeiro por parte da UE e do FMI, que exigem reformas estruturais penosas para a população.

Durante os principais anos da presença da ‘troika’ na Grécia, Dijsselbloem foi um dos responsáveis europeus que mais chocou de frente com os responsáveis governamentais gregos, nomeadamente com o antigo ministro das Finanças, Yanis Varoufakis.