Crescimento da margem financeira, aumento do produto bancário e redução dos custos operacionais. Estes foram os três contributos para a redução dos prejuízos do Montepio durante o exercício de 2016. A instituição, de acordo com as contas enviadas nesta quarta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), registou resultados negativos no valor de 86,5 milhões de euros, o que representa uma evolução positiva em comparação com os prejuízos de 243,4 milhões que foram assumidos em 2015.

Para este desempenho, o Montepio contou com um crescimento de 29% na margem financeira, o saldo entre juros cobrados e juros pagos, uma subida de 12,3% no produto bancário, rubrica que inclui juros recebidos e as comissões arrecadadas, bem como uma redução de 10,4% nos encargos operacionais. Neste terreno, o descida de custos ficou a dever-se ao encerramento de 94 balcões e da redução dos quadros em 442 trabalhadores “ao abrigo dos Programas de Reforma Antecipada e Rescisões por Mútuo Acordo”, esclarece o Montepio, “contribuindo para os decréscimos homólogos de 13,5% nos custos com pessoal e 17,9% nos gastos gerais administrativos”.

A atividade de crédito registou um arrefecimento em 2016. Os dados divulgados pelo Montepio indicam que o valor bruto do crédito a clientes “totalizou 15.041 milhões de euros, traduzindo um decréscimo de 3,7% face ao valor relevado em 31 de dezembro de 2015”. A instituição afirma que esta é a consequência de “uma exigente política de gestão do risco na concessão de crédito e de repricing ajustado ao risco, e, por outro, uma reduzida procura de crédito por parte dos agentes económicos”.

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Os responsáveis do Montepio adiantam que “o comportamento da carteira de crédito em 2016 continuou a evidenciar o maior nível de amortização do crédito à habitação face às novas operações angariadas, resultando num decréscimo homólogo de 4,7%,
bem como a redução no segmento de empresas (-4,8%), influenciado pela diminuição do crédito à construção”. O valor das entradas de créditos em incumprimento “registou uma diminuição homóloga de 33,9%, resultante de uma redução de 0,9% do número de contratos que entraram em incumprimento”.

As dotações para a cobertura de imparidades baixaram, ao fixarem-se em 243,2 milhões de euros, “um decréscimo homólogo de 29,3%” em comparação com o valor de 343,8 milhões de euros registado em 2015. O custo do risco de crédito baixou para 1,2%, o que compara com 1,5% no final de 2015.

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