O Governo britânico já entregou formalmente a notificação a pedir a saída da União Europeia, acionando o artigo 50. A carta foi entregue pelo representante de Londres na UE a Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu. O Brexit arranca com uma carta de seis páginas que irá dar início às negociações entre o Reino Unido e a UE.
A carta do Reino Unido para a UE
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Conheça a carta com seis páginas enviada ao presidente do Conselho Europeu.
O pedido formal apresentado pelo Reino Unido foi recebido com estas palavras por Donald Tusk.: “Não há razões para fingir que este é um dia feliz em Bruxelas. A maioria dos europeus, incluindo quase metade dos votantes britânicos, queriam ficar juntos e não seguir em direções separadas.” (…) Não há nada a ganhar…. O nosso objetivo é claro — minimizar os custos para os cidadãos, homens de negócios e estados membros europeus. (…) O que posso acrescentar? Já sentimos a vossa falta”.
The Article 50 letter. #Brexit pic.twitter.com/SO5R5BTvhw
— Charles Michel (@eucopresident) March 29, 2017
A primeira-ministra britânica está a falar ao Pais sobre o processo. Theresa May diz que a saída da UE representa uma oportunidade única para o Reino Unido e sublinha que será construído um futuro melhor nesta geração. A líder do Governo britânico quer que o país possa emergir “mais forte, mais justo e mais virado para o exterior” do que antes e que continue a atrair o talento.
Sair da União Europeia significa ainda, segundo May, que as leis vão passa a ser feitas no Reino Unido, mas promete acautelar os interesses de todas as regiões. Nessa medida, irá equacionar que poderes serão devolvidos às regiões britânicas e quais ficarão em Londres, mas espera que estas administrações venham a receber um aumento significativo das suas competências. Deixa ainda o compromisso de que vai representar “todas as pessoas em todo o Reino Unido” neste processo negocial.
“Quando me sentar na mesa de negociações nos próximos meses, vou representar cada pessoa em todo o Reino Unido – jovens e velhos, ricos e pobres, urbanos e rurais, e todas as cidades e todas as aldeias que ficam no caminho.
E sim, também os cidadãos da UE que ficaram deste país a sua casa. É minha firme determinação conseguir um acordo justo para cada uma das pessoas deste país. Na medida em que encaramos esta oportunidade à nossa frente e iniciamos esta viagem importante, os nossos valores, interesses e ambições partilhados devem aproximar-mo-nos”.
A primeira-ministra quer desenvolver “uma parceria nova e profunda com a União Europeia”. E ao mesmo tempo, ambiciona que o Reino Unido possa ultrapassar as fronteiras da Europa. Para isso, definiu um plano “claro e ambicioso”.