Tudo começou com uma jogada pela direita em progressão, com toques curtos: Gary Neville viu Ruud Van Nistelrooy a abrir linha de passe, o holandês tocou para a entrada de Wayne Rooney, o inglês cruzou rasteiro atrasado e Cristiano Ronaldo encostou de pé direito na pequena área. Estávamos a 9 de agosto de 2005. Agora fez história também com um movimento com tanto de simples como de eficaz: Toni Kroos viu Asensio em boa posição na esquerda, o espanhol cruzou para a área e Cristiano Ronaldo encostou de pé direito à entrada da pequena área. Entre um e outro golo houve dois clubes e 100 festejos: o português é o primeiro artilheiro centenário na Europa.
Em fevereiro, o Globoesporte tinha feito um trabalho comparativo entre o maior goleador português de sempre e Messi. Quem chegaria primeiro ao golo 100 da Liga dos Campeões? Se juntássemos os tentos conseguidos em Supertaças Europeias, que aí não estavam contabilizados, o duelo estava com uma ligeira vantagem para o dianteiro do Real Madrid: 98-97. Na visita dos merengues a Munique, a contar para a primeira mão dos quartos-de-final da Champions, foi Ronaldo que chegou aos três dígitos com um bis que deu a vitória ao conjunto de Zinedine Zidane por 2-1.
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Mas como se marcam 100 golos? E quais foram os adversários mais castigados? Fomos fazer as contas a todas as finalizações para descodificar uma das maiores máquinas goleadoras que o futebol europeu conheceu. E que, pasme-se, já marcou de vermelho, de branco (equipamento alternativo do Manchester United e principal do Real Madrid), de azul (camisolas alternativas de ingleses e espanhóis), de preto, de verde, de laranja, de rosa e de cinzento!
“É uma honra muito grande fazer 100 golos na Europa. Foi um dia especial, com uma vitória importantíssima. Quero agradecer ao Real Madrid a oportunidade que me deu de fazer uma carreira brilhante pelo clube e aos meus colegas. Quando comecei a marcar golos na Champions nunca pensei que ia bater este recorde. É uma honra”, referiu aos órgãos do Real Madrid, depois de receber do presidente, Florentino Pérez, uma camisola comemorativa do feito.
Por quem marcou os 100 golos?
Ronaldo apenas marcou por dois clubes nas competições europeias: Manchester United, entre 2003 e 2009, e Real Madrid, até hoje. E também aqui se aplicou a frase que o avançado utilizou na antecâmara do Mundial de 2010, quando se falava da falta de golos que atravessava. “Vai ser como o ketchup, quando sair o primeiro vem a seguir o resto”, disse. Só à terceira época e ao 14.º jogo pelos ingleses conseguiu apontar o primeiro golo na Europa, frente ao Debrecen, na terceira pré-eliminatória de acesso à fase de grupos da Champions. Até sair para o Real Madrid, em 2009, marcou 16 golos pelos red devils; os restantes 84 foram conseguidos pelos merengues.
De acrescentar que, ainda no Sporting, Ronaldo tinha participado no empate a zero do Sporting frente ao Inter, em agosto de 2002, a contar para a pré-eliminatória da Liga dos Campeões. O avançado fez ainda mais dois encontros pelos leões nas provas europeias, ambos para a Taça UEFA.
Onde marcou os 100 golos?
As contas iniciais faziam alguma confusão, mas existe uma explicação fácil para isso: Ronaldo tem “apenas” 98 golos na Liga dos Campeões de 2005 até hoje, a que se juntam mais dois conseguidos na Supertaça Europeia de 2014, frente ao Sevilha, onde foi decisivo na conquista de mais um troféu.
A quem marcou os 100 golos?
Cristiano Ronaldo já marcou a 33 equipas de 16 países diferentes nas competições europeias, com Portugal e o Sporting entre as “vítimas”: foi o carrasco dos leões em duas vitórias do Manchester United em 2007 (1-0 e 2-1) e no triunfo desta temporada pelo Real em Madrid (2-1). Marcou também ao FC Porto, quando estava nos red devils, naquele que é considerado um dos melhores golos de sempre que já apontou.
Ajax (Holanda) e Schalke 04 (Alemanha) foram os adversários mais “castigados”, com sete golos cada, seguidos de Malmö (Suécia), Galatasaray (Turquia) e Bayern (Alemanha), todos com seis. Os clubes alemães foram os mais penalizados, com um total de 20 golos entre Schalke 04, Bayern, Borussia Dortmund e Wolfsburgo, seguidos dos italianos, com 13 (Roma, Juventus, AC Milan e Inter). O país com mais equipas que sofreram golo de Ronaldo foi curiosamente a Inglaterra: Arsenal (dois), Tottenham (dois), Manchester United (dois), Liverpool (um), Chelsea (um) e Manchester City (um).
Como marcou os 100 golos?
77 dos 100 golos foram apontados de bola corrida, grande parte deles na área e na pequena área, com os restantes 23 a serem divididos entre livres diretos (12, com maior incidência até ao 50.º golo) e penáltis (11, sobretudo a partir do 70.º golo). A título de curiosidade, o primeiro e o último livre direto transformado com sucesso foram perante o Sporting: o nono golo, em Old Trafford, pelo Manchester United, e o 97.º golo, no Santiago Bernabéu, pelo Real Madrid. Rui Patrício estava na baliza em ambos os jogos, que terminaram 2-1 após reviravolta.
Quando marcou os 100 golos?
Se existe uma ideia de regularidade a mesma é aplicável aos golos de Cristiano Ronaldo divididos em seis intervalos, por cada 15 minutos de jogo: marcou mais entre os 15′ e os 30′ (20), seguindo-se o derradeiro quarto de hora (19). 52 golos foram na segunda parte, 47 na primeira. E sim, falta um. E foi no prolongamento, por sinal um dos mais importantes: marcou um penálti no triunfo do Real Madrid na Luz frente ao Atl. Madrid na final da Champions.
Quem ajudou a marcar os 100 golos?
Karim Benzema, que chegou ao Real Madrid no mesmo mercado de Cristiano Ronaldo, foi o jogador que mais assistências fez para o avançado português: 11. No Manchester United, Wayne Rooney e Ryan Giggs foram os melhores parceiros do internacional, com três passes para golo cada, ao passo que no Real Madrid, além do francês, encontram-se no top Özil (seis), Gareth Bale (cinco) e Di María (cinco).
O que valeram os 100 golos?
Cristiano Ronaldo parece ter um especial gosto em ganhar finais europeias (quatro) contra equipas do mesmo país e raramente se fica apenas pelos 90 minutos de jogo: pelo Manchester United, ganhou a Champions frente ao Chelsea em 2008 no desempate por grandes penalidades; pelo Real Madrid, venceu duas vezes a Liga dos Campeões contra o Atl. Madrid, após prolongamento (2014) e penáltis (2016). A única “semi-exceção” foi a Supertaça Europeia de 2014, onde ganhou no tempo regulamentar ao Sevilha.