Este homem merecia uma estátua. E já tem. Este homem merecia um aeroporto em seu nome. E vai ter, na próxima quarta-feira. O que pode o homem querer mais? Títulos. Títulos, títulos e mais títulos. E enquanto luta por eles, vai batendo recordes. O homem é Cristiano Ronaldo. E os beneficiados, além do próprio, somos nós, os portugueses. De forma direta, por termos o melhor no mundo do nosso lado, e de forma indireta, pelo orgulho de vermos o melhor do mundo a brilhar nos campos dos outros. A máquina CR7 continua a faturar como nunca.

Mas o que conseguiu contra a Hungria? Muito mais do que os dois golos, um com cada pé mas ambos de fora da área, possam fazer adivinhar. E só não conseguiu ainda mais porque não chegou ao hat-trick.

Com o bis frente aos magiares, Ronaldo passou a liderar a lista dos melhores marcadores nesta fase de apuramento para o Campeonato do Mundo da Rússia, em 2018. Ao todo, leva nove golos em quatro encontros (falhou o jogo inaugural com a Suíça, que Portugal perdeu por 2-0, ainda por causa da lesão que o afastou de forma precoce da final do Campeonato da Europa em França). Ou seja, tem tantos ou mais golos sozinho do que 42 seleções das 54 que disputam o acesso ao Mundial na UEFA. Esmagador. E sintomático do peso que tem também na equipa: marcou quatro a Andorra, um às Ilhas Faroé, dois à Letónia e outros tantos à Hungria.

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Ao mesmo tempo, e indo agora à boleia do Playmakerstats, o avançado do Real Madrid conseguiu pela primeira vez algo que já tinha feito pelos merengues: apontar dois golos de fora da área num só encontro. Isto no dia em que ficou apenas a dois golos de Shevchenko no topo dos melhores marcadores europeus de sempre em qualificações para Mundiais (passou a ter 22, contra 24 do antigo avançado ucraniano hoje treinador).

Em paralelo, e com o míssil enviado à baliza húngara que fechou o marcador no 3-0, Ronaldo tornou-se também o melhor marcador de sempre da Seleção a nível de golos de livre direto, superando com sete remates certeiros os seis de Luís Figo, curiosamente outro Bola de Ouro deste pequeno país à beira-mar chamado Portugal. O último de uma saga que começou em 2005 com a Eslováquia tinha sido já em 2013, frente à Irlanda do Norte.

Só ficou adiada, para já, a entrada no top-10 dos melhores marcadores de sempre por uma seleção. Com 70 golos marcados por Portugal, Cristiano Ronaldo ficou apenas a um tento de quatro jogadores: Kinnah Phiri (Malawi), Majed Abdullah (Arábia Saudita), Kiatisuk Senamuang (Tailândia) e Miroslav Klose (Alemanha). À frente estão apenas sete: Ali Daei (Irão, 109), Puskas (Hungria, 84), Kamamoto (Japão, 80), Godfrey Chitalu (Zâmbia, 79), Hussein Saeed (Iraque, 78), Pelé (Brasil, 77) e Bashar Abdullah (Kuwait, 75). Por quanto tempo? Pouco, provavelmente. Sobretudo se pensarmos que, nos últimos quatro jogos, o madeirense fez nove golos.

Entre recordes, o homem diz que quer é mais títulos. Títulos, títulos e títulos. E Portugal, de forma direta ou indireta, agradece.