O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, acusou este domingo o PS de ter sido “mais papista que o papa” em relação aos conteúdos do Programa de Estabilidade e do Plano Nacional de Reformas (PNR).
E esta acusação fazemos ao PS, porque não tinha que ser mais “papista que o Papa”. Nós precisamos de verba, de dinheiro para responder aos problemas económicos e sociais que hoje temos no país, com estes instrumentos (Programa de Estabilidade e Plano de Reformas) que agora foram aprovados não iremos longe”, disse.
Para o líder comunista, que falava no decorrer de um almoço convívio com militantes e simpatizantes do PCP, em Monforte, no distrito de Portalegre, com a aprovação destes documentos a redução do défice vai “para além daquilo que a “troika” tinha definido.
“A redução do défice vai para além daquilo que a própria “troika” exigia, em que cada décima representa 200 milhões de euros. E porquê esta persistência em ser “mais papista que o papa” quando essas décimas poderiam refletir-se no Serviço Nacional de Saúde, na resolução de muitos problemas estruturais que temos”, questionou. Para Jerónimo de Sousa, a política de direita ainda faz parte das “opções de fundo” do atual Governo.
O secretário-geral do PCP, que criticou no decorrer do seu discurso o anterior governo de coligação PSD/CDS-PP, lançou ainda no Alentejo críticas à União Europeia (UE). “Enquanto a UE continuar a impor, a mandar, decidir por nós, pelo povo português, dificilmente nos libertamos e afirmamos a nossa soberania”, disse.
Ao longo do seu discurso, Jerónimo de Sousa afirmou que o PCP está “determinado” e que “não faz fretes” ao PSD e ao CDS-PP, rejeitando também abdicar dos princípios comunistas. “É importante também dizer, claramente, que o PCP não tem um compromisso primeiro e principal com o Governo do PS. O PCP tem um primeiro e principal compromisso com os trabalhadores, com o povo e com o país, desse não abdicamos”, declarou.