O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, salientou esta terça-feira que Portugal está “presente” na estratégia de internacionalização da China, na intervenção com que abriu os trabalhos do primeiro Fórum económico Sino-Português, que decorre no Estoril, arredores de Lisboa.
Referindo-se ao fórum, Manuel Caldeira disse tratar-se de “uma iniciativa em que Portugal insiste em dizer ‘presente’, insiste em estar alinhado e presente numa estratégia da China, que partilhamos, e que é marcada pela abertura e pela afirmação da posição da China no Mundo”. Tal como a China, considerou o governante, “Portugal é um país que promove a abertura ao mundo e ao investimento”.
“Portugal está presente nessa estratégia, como um país ‘pivot’, que construiu pontes entre a Ásia e a Europa, [além de ser também] uma porta de entrada para a Europa, para investir, viver ou simplesmente estar no mercado europeu”, disse Caldeira Cabral
A abertura do primeiro Fórum económico Sino-Português serviu também para o lançamento oficial da versão portuguesa da edição ‘online’ do jornal oficial chinês Diário do Povo, a Haiwainet.
Oficialmente ‘online’ às 16h41, a Haiwainet.pt terá conteúdos em português, dirigidos tanto para o público na China como para a comunidade chinesa em Portugal. A plataforma — já disponível noutros idiomas e países como os EUA, a Alemanha, Singapura ou as duas Coreias — mostrou interesse em trabalhar com fornecedores de conteúdos noticiosos portugueses, como a agência Lusa ou a RTP.
Presente na cerimónia, a presidente do Conselho de Administração da agência Lusa, Teresa Marques, admitiu easta terça-feira possibilidade de a agência de notícias portuguesa passar a estar presente na cidade chinesa de Xangai, além da presença de um correspondente em Pequim.
“Para nós Lusa – enquanto única agência de notícias de Portugal, mas também enquanto empresa prestadora de serviço noticioso de interesse público – a China sempre foi uma clara prioridade e é por isso que estamos em Macau e em Pequim”, disse Teresa Marques.
A somar às razões históricas, disse, “a China também é incontornável pelo papel que tem no mundo, incluindo em Portugal”. “Por isso, quem sabe num futuro próximo a Lusa não estará também em Xangai”, disse a presidente da agência noticiosa portuguesa, numa referência à “capital” dos negócios da China. A Lusa tem uma delegação em Macau – antiga região autónoma sob administração portuguesa até 1999 – e um correspondente na capital chinesa, Pequim.
O Fórum económico Sino-Português tem como tema base a iniciativa “Uma Faixa e uma Rota”, que Teresa Marques considerou “um dos mais fantásticos projetos globais dos nossos dias”, “pela sua dimensão, ambição e significado intrínseco que tem”. “Por se tratar da China tudo é inimaginavelmente grande, complexo, ambicioso e grandioso. A iniciativa ‘Uma Faixa e uma Rota’ é um pouco de tudo isto”, afirmou.
Já o presidente do Conselho de Administração da RTP, Gonçalo Reis, manifestou a intenção da operadora de televisão portuguesa de trabalhar com canais chineses na área dos documentários e da ficção.