O secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, afirmou em Viana do Castelo que a área ardida este ano, comparativamente a igual período do ano passado, é “assustadora” com “12 vezes mais hectares consumidos que em 2016.
“Em 2017 já tivemos em Portugal 4.848 ignições e já temos uma área ardida de 13.005 hectares enquanto, no ano passado, tínhamos 1.203 hectares para 886 ignições”, afirmou o governante durante a apresentação do Dispositivo de Combate a Incêndios Florestais (DCIF) para este ano no distrito de Viana do Castelo.
“Treze mil hectares para a mesma época, quando no ano passado havia mil hectares. Se tivemos, no ano passado, um ano tão mau como tivemos, se tudo for levado à proporção, então seria muito mau este verão. Vamos ver se não é”, reforçou o governante.
Jorge Gomes adiantou que, este ano, as condições climatéricas não têm ajudado.
“É um ano extraordinariamente seco, em que há muita matéria combustível que está pronta para arder. Isto não é para desanimarmos. Só nos motiva e obriga-nos a estar atentos e a preparar com mais força e mais determinação o combate do verão que aí vem”, disse.
O secretário de Estado da Administração Interna anunciou para o distrito de Viana do Castelo, a partir de 01 de julho, no início da chamada “fase Charlie”, um “reforço do poder de ataque” aos fogos florestais com mais 13 equipas, constituídas por 65 bombeiros”.
Jorge Gomes avançou que, este ano, o dispositivo nacional de combate aos incêndios florestais vai ser reforçado, durante a época oficial de incêndios florestais, que arranca a 15 de maio e se prolonga até meados de outubro, com 1.350 militares do exército que irão complementar o trabalho dos bombeiros na fase de rescaldo dos fogos.
O governante adiantou que aqueles militares “vêm para o terreno depois de terem recebido formação e com equipamento específico”.
O comandante do Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS), Marco Domingues, revelou que “até 09 de maio, registaram-se na região 569 ignições”.
O distrito de Viana do Castelo apresenta uma área total, aproximada, de 220 mil hectares, dos quais 162 mil hectares de espaço florestal e 51.200 hectares de espaço agrícola.
Nos dez concelhos do Alto Minho residem cerca de 250 mil habitantes. A região dispõe de doze corpos de bombeiros, apenas um profissional, com um total de 655 operacionais.