A Huawei tem-se destacado no mercado dos smartphones tendo conseguido chegar a terceiro lugar no que toca a números de vendas a nível mundial. Com a gama P10, a empresa chinesa deu um grande salto no campo da fotografia, tendo tornado esta área o principal destaque dos novos equipamentos.
O P10 Plus é o modelo de maiores dimensões e é, em todos os aspetos, o topo de gama mais recente da marca. No entanto, como já é habitual, foi lançado o P10 Lite, a versão mais modesta e de gama média que apresenta uma performance de topo a um custo mais reduzido.
Os dois equipamentos são bastante capazes e, apesar de as diferenças parecerem muitas, na utilização diária onde se notam mais é mesmo nas câmaras. Esta não é uma comparação entre os dois equipamentos mas sim uma análise a dois smartphones semelhantes no que toca a “ter o trabalho feito”, mas de gamas diferentes.
Características gerais
P10 Plus
Começando pelo topo, o P10 Plus vem equipado com tudo o que a Huawei tinha para oferecer. O corpo é feito de metal, o que lhe dá um toque agradável mas também o torna mais escorregadio, e o ecrã é de 5.5 polegadas Gorila Glass 5, um dos vidros mais resistentes do mercado. No interior podemos encontrar o Kirin 960, o processador topo de gama desenvolvido pela própria Huawei e que conta com um mecanismo de inteligência artificial, garantindo a rapidez constante do equipamento. No modelo de teste a RAM é de 6GB e a memória interna de 128GB (expansível por cartão microSD), sendo que estes valores diminuem na versão de 32GB de memória interna que tem “apenas” 4GB de RAM.
Vem equipado com duas câmaras traseiras, uma a cores de 12 megapíxeis e outra monocromática de 20 megapíxeis, que contam com a certificação da Leica. À frente encontramos uma câmara de oito megapíxeis que, ao contrário do que era habitual até agora, passou a ter também o certificado Leica e oferece uma capacidade de recolha de luz duas vezes superior ao modelo anterior.
A bateria é de 3.750 mAh e a gestão de energia está otimizada de uma forma que satisfaz qualquer utilizador, do mais comum ao mais intensivo. O equipamento é vendido a 799.99 euros.
P10 Lite
Sendo a versão mais modesta, o P10 Lite está construido em vidro com as laterais metálicas e, apesar do material, não notámos uma grande presença de dedadas na traseira do equipamento. O ecrã é de 5.2 polegadas e, no interior, encontramos o Kirin 658 que, não sendo o mais recente consegue resultados bastante fluidos para um equipamento de gama média. A RAM do smartphone é de 4GB e a memória interna é de 32GB (expansível por cartão microSD).
Na traseira encontramos apenas uma câmara, não certificada pela Leica, de 12 megapíxeis e uma frontal de oito megapíxeis. A bateria é de 3.000 mAh e a gestão de energia, tal como no Plus, está muito bem feita e garante um dia de utilização sem grandes problemas.
O P10 Lite é vendido a 349.99 euros.
Um dia com os P10
A experiência de utilização é semelhante nos dois equipamentos. Ambos conseguem correr qualquer aplicação sem grandes problemas mas, claro que o P10 Plus consegue safar-se melhor em jogos e aplicações que requerem um poder de processamento acima da média, garantindo uma experiência sem qualquer “engasgo”.
Os dois ecrãs conseguem cores bastante vibrantes e agradáveis apesar de não serem AMOLED. Quando expostos à luz solar direta, os dois smartphones não têm problemas em manter uma boa visibilidade.
No que toca à bateria, o aumento de capacidade no P10 Plus compensa largamente o aumento de ecrã, levando a que o smartphone se aguente um dia e meio sem ser carregado, enquanto o Lite tem uma autonomia, digamos, normal – um dia. Este fator vai sempre depender do tipo de utilização de cada um.
Redefinir as fotografias
A Huawei apostou todas as fichas na capacidade fotográfica do P10. Redefinir as fotografias modernas é o mote da empresa e, de facto, as câmaras do P10 Plus são qualquer coisa de muito bom. As cores são bem captadas, a resolução e os contrastes são excelentes e mesmo as fotografias noturnas conseguem ter resultados muito bons.
O P10 Plus vem equipado com uma câmara RGB de 12 megapíxeis e uma monocromática de 20 megapíxeis que, em conjunto, criam um resultado com maior detalhe e com contrastes acima da média. Ambas as câmaras têm uma abertura f/1.8.
Já o modelo Lite perde um pouco desta qualidade a nível fotográfico. Com uma única câmara e sem o certificado Leica, é aqui que se nota mesmo que se trata de um equipamento de gama média. Não é que os resultados sejam maus, mas não é possível serem comparados com os outros dois modelos da gama P10 – inclusivamente, existem diferenças entre o P10 e o P10 Plus.
A câmara do P10 Lite tem 12 megapíxeis e uma abertura f/2.2.
A escolha depende da utilização
No final de tudo, os dois equipamentos mostraram-se bastante capazes no que toca às tarefas diárias da grande maioria dos utilizadores. Claro que temos de ter sempre em conta que tudo abre e processa mais depressa no modelo Plus do que no Lite.
De forma geral, o P10 Plus foi pensado ao pormenor para oferecer uma experiência de topo em qualquer tarefa. Desde jogos pesados à fotografia, não há nada que falhe neste smartphone. Até mesmo o aspeto do equipamento, apesar de ser algo que salta pouco à vista em comparação a outros topo de gama, consegue oferecer a elegância e qualidade que é esperada num equipamento deste valor.
Na versão Lite, as aplicações correm sem problemas e as dificuldades só surgiram em jogos mais exigentes, criando alguma dificuldade ao processador mais modesto que equipa o P10 Lite. A câmara é menos grandiosa mas consegue resultados muito agradáveis quando comparados com outros equipamentos de gama média, o que não deixa de mostrar o empenho da Huawei em querer destacar-se na fotografia.
Ambos os equipamentos correm a versão mais recente do sistema Android (Nougat). No final, uma questão importante na escolha (além das características e do aspeto) é que o modelo Plus vai, em teoria, receber atualizações por mais tempo do que o modelo Lite, devido às limitações do hardware.