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Atropelamento fatal em Londres. Incidente ou ataque terrorista?

Este artigo tem mais de 5 anos

Políticos e cidadãos dividem-se quanto ao atropelamento desta madrugada, que matou uma pessoa. Theresa May começou por falar em "terrível incidente", mayor de Londres preferiu "ataque terrorista".

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DANIEL LEAL-OLIVAS/AFP/Getty Images

DANIEL LEAL-OLIVAS/AFP/Getty Images

Uma pessoa morreu e cerca de dez ficaram feridas quando, na madrugada desta segunda-feira, uma carrinha foi contra um número indeterminado de pessoas na zona de Finsbury Park, junto a uma mesquita, no norte de Londres. Apesar de a ocorrência não ter sido confirmada enquanto ataque terrorista, o Conselho Muçulmano Britânico disse, através do Twitter, tratar-se de um ato “motivado por islamofobia” dirigido a “cidadãos britânicos comuns”. “Pelos relatos das testemunhas parece que o perpetrador foi motivado por islamofobia”, lê-se no comunicado do Conselho Muçulmano Britânico.

Políticos e cidadãos dividem-se, deve o caso ser tratado como um “incidente” ou um “ataque terrorista”?

Certo que as autoridades estão a tratar a ocorrência como um “potencial atentado terrorista”, tal como afirmou Theresa May à comunicação social, muito embora a primeira-ministra britânica se tenha referido ao sucedido, num primeiro momento, enquanto um “incidente terrível”. Expressão idêntica foi usada pelo líder dos trabalhistas, Jeremy Corbyn, que se mostrou “totalmente chocado” com o sucedido.

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Já o presidente da câmara de Londres, Sadiq Khan, foi mais longe e condenou a situação como “um horrível ataque terrorista” que incidiu sobre “londrinos inocentes, muitos dos quais estavam a terminar as orações durante o mês sagrado do Ramadão”, comparando-o aos ataques de que o Reino Unido tem silvo alvo recentemente.

Enquanto este parece ser um ataque a uma comunidade em particular, à semelhança dos ataques terríveis em Manchester, Westminster e na London Bridge, é também um ataque aos nossos valores partilhados de tolerância, liberdade e respeito”, escreveu Sadiq Khan na respetiva conta de Facebook.

Enquanto o Conselho Muçulmano Britânico pede o reforço de proteção policial junto às mesquitas, tendo em conta que o fim do mês do Ramadão se aproxima, mas também calma no decorrer da investigação, há quem se manifeste contra a forma como o caso está a ser tratado pela imprensa britânica. Nas redes sociais são muitas as vozes que se levantam, pedindo que se trate o que se passou em Finsbury Park como um ataque terrorista. É o caso deste internauta, que pede à BBC que não use a expressão “incidente”:

https://twitter.com/shehzad013/status/876632073141972993?ref_src=twsrc%5Etfw&ref_url=http%3A%2F%2Fobservador.pt%2F2017%2F06%2F19%2Fatropelamento-seven-sisters-londres%2F

Destaque também para o facto de o repórter da Sky News ter tido dificuldades em continuar a reportagem em direto, quando falava com várias pessoas no local que garantiram ter visto o sucedido, dadas as muitas as interrupções de quem que se insurgia contra a forma como os meios de comunicação estavam a tratar a notícia.

https://twitter.com/BasedElizabeth/status/876630950389719040?ref_src=twsrc%5Etfw&ref_url=http%3A%2F%2Fobservador.pt%2F2017%2F06%2F19%2Fatropelamento-seven-sisters-londres%2F

Na mesma rede social lê-se que o jornal britânico Daily Mail terá, a certa altura, mudado a sua abordagem face o que aconteceu esta madrugada.

Fazendo uma consulta rápida aos principais jornais online britânicos, é possível ver que a BBC se refere ao sucedido com o seguinte título: “Ataque em Finsbury Park: Homem morre quando carrinha atropela fiéis”. Num outro artigo sobre a mesma notícia, desta vez em formato live blog, é usada a expressão, entre aspas, “grande incidente”. Também a Sky News prefere “incidente”. Tanto o The Guardian como o The Telegraph e o The Sun referem-se a um “ataque terrorista”.

O diário The Guardian dá conta, cintando uma testemunha ocular, que o atacante caucasiano de 48 anos, entretanto detido, terá dito “quero matar muçulmanos” depois de atropelar um conjunto de pessoas junto à mesquita. Ainda é cedo para dizer se o homem que morreu esta madrugada foi ou não vítima do ataque, garantiu esta manhã fonte policial. Oito pessoas foram levadas para o hospital e outras duas foram tratadas no local. Todas as vítimas são muçulmanas.

Foram entretanto divulgadas imagens do momento em que o suspeito é detido pela polícia. Até as autoridades chegarem foram os próprios devotos da mesquita que imobilizaram o homem, tendo impedido alguns dos mais revoltos de o agredirem.

Um ataque tão “doentio” como os outros

Theresa May disse esta segunda-feira que o ataque junto à mesquita é tão “doentio” como os outros ataques terroristas mais recentes. A primeira-ministra britânica falou à imprensa no final de uma reunião de emergência, realizada durante esta manhã, e afirmou aos jornalistas que a polícia declarou o evento como um “incidente terrorista” num espaço de apenas oito minutos.

“Este foi um ataque a muçulmanos perto de seu lugar de culto. Como todos os atos de terrorismo, seja em que forma for, o objetivo é separar-nos. Não vamos deixar que isso aconteça”.

May garantiu ainda um reforço policial, na sequência dos ataques, e prometeu avaliar as necessidades de segurança nas mesquitas nos próximos dias. “Um ataque a um mesquita, um ataque a uma sinagoga ou um ataque a uma igreja é, na verdade, um ataque a todos nós. Temos de proteger a fé um dos outros, o modo de vida de cada um de nós.”

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