911kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

Atropelamento fatal em Londres. Incidente ou ataque terrorista?

Este artigo tem mais de 5 anos

Políticos e cidadãos dividem-se quanto ao atropelamento desta madrugada, que matou uma pessoa. Theresa May começou por falar em "terrível incidente", mayor de Londres preferiu "ataque terrorista".

i

DANIEL LEAL-OLIVAS/AFP/Getty Images

DANIEL LEAL-OLIVAS/AFP/Getty Images

Uma pessoa morreu e cerca de dez ficaram feridas quando, na madrugada desta segunda-feira, uma carrinha foi contra um número indeterminado de pessoas na zona de Finsbury Park, junto a uma mesquita, no norte de Londres. Apesar de a ocorrência não ter sido confirmada enquanto ataque terrorista, o Conselho Muçulmano Britânico disse, através do Twitter, tratar-se de um ato “motivado por islamofobia” dirigido a “cidadãos britânicos comuns”. “Pelos relatos das testemunhas parece que o perpetrador foi motivado por islamofobia”, lê-se no comunicado do Conselho Muçulmano Britânico.

Políticos e cidadãos dividem-se, deve o caso ser tratado como um “incidente” ou um “ataque terrorista”?

Certo que as autoridades estão a tratar a ocorrência como um “potencial atentado terrorista”, tal como afirmou Theresa May à comunicação social, muito embora a primeira-ministra britânica se tenha referido ao sucedido, num primeiro momento, enquanto um “incidente terrível”. Expressão idêntica foi usada pelo líder dos trabalhistas, Jeremy Corbyn, que se mostrou “totalmente chocado” com o sucedido.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Já o presidente da câmara de Londres, Sadiq Khan, foi mais longe e condenou a situação como “um horrível ataque terrorista” que incidiu sobre “londrinos inocentes, muitos dos quais estavam a terminar as orações durante o mês sagrado do Ramadão”, comparando-o aos ataques de que o Reino Unido tem silvo alvo recentemente.

Enquanto este parece ser um ataque a uma comunidade em particular, à semelhança dos ataques terríveis em Manchester, Westminster e na London Bridge, é também um ataque aos nossos valores partilhados de tolerância, liberdade e respeito”, escreveu Sadiq Khan na respetiva conta de Facebook.

Enquanto o Conselho Muçulmano Britânico pede o reforço de proteção policial junto às mesquitas, tendo em conta que o fim do mês do Ramadão se aproxima, mas também calma no decorrer da investigação, há quem se manifeste contra a forma como o caso está a ser tratado pela imprensa britânica. Nas redes sociais são muitas as vozes que se levantam, pedindo que se trate o que se passou em Finsbury Park como um ataque terrorista. É o caso deste internauta, que pede à BBC que não use a expressão “incidente”:

https://twitter.com/shehzad013/status/876632073141972993?ref_src=twsrc%5Etfw&ref_url=http%3A%2F%2Fobservador.pt%2F2017%2F06%2F19%2Fatropelamento-seven-sisters-londres%2F

Destaque também para o facto de o repórter da Sky News ter tido dificuldades em continuar a reportagem em direto, quando falava com várias pessoas no local que garantiram ter visto o sucedido, dadas as muitas as interrupções de quem que se insurgia contra a forma como os meios de comunicação estavam a tratar a notícia.

https://twitter.com/BasedElizabeth/status/876630950389719040?ref_src=twsrc%5Etfw&ref_url=http%3A%2F%2Fobservador.pt%2F2017%2F06%2F19%2Fatropelamento-seven-sisters-londres%2F

Na mesma rede social lê-se que o jornal britânico Daily Mail terá, a certa altura, mudado a sua abordagem face o que aconteceu esta madrugada.

Fazendo uma consulta rápida aos principais jornais online britânicos, é possível ver que a BBC se refere ao sucedido com o seguinte título: “Ataque em Finsbury Park: Homem morre quando carrinha atropela fiéis”. Num outro artigo sobre a mesma notícia, desta vez em formato live blog, é usada a expressão, entre aspas, “grande incidente”. Também a Sky News prefere “incidente”. Tanto o The Guardian como o The Telegraph e o The Sun referem-se a um “ataque terrorista”.

O diário The Guardian dá conta, cintando uma testemunha ocular, que o atacante caucasiano de 48 anos, entretanto detido, terá dito “quero matar muçulmanos” depois de atropelar um conjunto de pessoas junto à mesquita. Ainda é cedo para dizer se o homem que morreu esta madrugada foi ou não vítima do ataque, garantiu esta manhã fonte policial. Oito pessoas foram levadas para o hospital e outras duas foram tratadas no local. Todas as vítimas são muçulmanas.

Foram entretanto divulgadas imagens do momento em que o suspeito é detido pela polícia. Até as autoridades chegarem foram os próprios devotos da mesquita que imobilizaram o homem, tendo impedido alguns dos mais revoltos de o agredirem.

Um ataque tão “doentio” como os outros

Theresa May disse esta segunda-feira que o ataque junto à mesquita é tão “doentio” como os outros ataques terroristas mais recentes. A primeira-ministra britânica falou à imprensa no final de uma reunião de emergência, realizada durante esta manhã, e afirmou aos jornalistas que a polícia declarou o evento como um “incidente terrorista” num espaço de apenas oito minutos.

“Este foi um ataque a muçulmanos perto de seu lugar de culto. Como todos os atos de terrorismo, seja em que forma for, o objetivo é separar-nos. Não vamos deixar que isso aconteça”.

May garantiu ainda um reforço policial, na sequência dos ataques, e prometeu avaliar as necessidades de segurança nas mesquitas nos próximos dias. “Um ataque a um mesquita, um ataque a uma sinagoga ou um ataque a uma igreja é, na verdade, um ataque a todos nós. Temos de proteger a fé um dos outros, o modo de vida de cada um de nós.”

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça até artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.