Sabe-se que há um morto e dez feridos, que há pessoas no hospital em estado grave e que, pelo relato de várias testemunhas, um homem terá guiado uma carrinha branca contra um grupo de pessoas, na sua maioria muçulmanos, quando estes se encontravam perto de um centro comunitário, depois de uma oração conjunta inserida no mês do Ramadão. O que não se sabe são as motivações do episódio que as autoridades britânicas estão a tratar como “potencial ataque terrorista” – uma classificação que está a causar alguma controvérsia.

Atropelamento no norte de Londres faz um morto. Polícia fala em terrorismo

00h20 A Polícia Metropolitana de Londres é chamada à zona de Finsbury Park, no norte de Londres, para responder a um incidente envolvendo a colisão de uma carrinha com pessoas que se encontravam perto de um centro comunitário muçulmano.

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00h30 Os serviços de emergência médica (mais de 12 ambulâncias) chegam ao local e as autoridades bloqueiam as ruas à volta do local onde a carrinha atropelou as pessoas.

00h30 A Polícia prende o condutor da carrinha, um homem de 48 anos.

01h18 O Conselho Muçulmano Britânico confirma que um atropelamento aconteceu perto de um local onde muçulmanos estariam a rezar.

01h38 O organismo que gere a rede de transportes públicos (TFL) confirma que as estradas perto do local do atropelamento estão fechadas e assim ficarão “durante algum tempo”.

02h00 Surgem os primeiros relatos de que haja pelo menos três pessoas feridas com gravidade.

Quase ao mesmo tempo começam também a chegar relatos de pessoas que viram várias pessoas deitadas no chão a serem assistidas pelos paramédicos, incluindo através de tentativas de reanimação.

03h00 Os jornalistas e as suas câmaras chegam ao local e começam a transmitir os testemunhos de várias pessoas que garantem que o atropelamento foi “um ato deliberado” e “um ato terrorista”.

https://twitter.com/BasedElizabeth/status/876630950389719040

03h30 Dois nomes bem conhecidos dos londrinos enviam mensagens de condolências. Jeremy Corbyn, líder dos Trabalhistas e deputado por Islington North, muito perto de Finsbury Park, e Sadiq Khan, Presidente da Câmara de Londres, falam de “choque”.

03h50 O diário The Guardian avança que a brigada antiterrorista da Polícia Metropolitana se juntou à investigação.

04h00 A primeira-ministra Theresa May condena o “terrível incidente”.

04h00 Começam a chegar mais relatos do local, quer através do Twitter quer através das redes sociais. Várias pessoas que terão assistido à colisão falam em “corpos estendidos”, “guinadas claramente dirigidas às pessoas” e “pessoas a gritar”.

04h45 O Conselho Muçulmano Britânico reage chamando ao atropelamento um “ataque terrorista” e um exemplo de islamofobia. Harun Khan, secretário geral da organização diz que os muçulmanos têm sofrido vários incidentes relacionados com a islamofobia e que espera que as autoridades reforcem a segurança junto das mesquitas.

04h55 Polícia informa que a primeira vítima mortal morreu no local do atropelamento. No mesmo comunicado, a Polícia confirma que está a investigar a possibilidade de se tratar de um atentado terrorista. Confirmam-se os dez feridos: oito estão no hospital e dois foram assistidos no local.

05h00 A polícia armada que tinha sido enviada para o local retira-se.

05h30 O Presidente da Câmara de Londres volta a fazer um comunicado, desta vez no Facebook. Fala de um “ataque deliberado” cujo alvo foram “londrinos inocentes” que assinalavam na altura o fim de mais um dia de jejum do Ramadão com uma oração coletiva.

05h45 O centro comunitário à frente do qual as pessoas foram atropeladas apela à calma e pede que a comunidade se esforce para se manter unida e tolerante.

05h50 A ministra da Administração Interna, Amber Rudd, pede união: “Devemos manter-nos unidos, resolutos, contra todos aqueles que nos querem separar e que querem espalhar o ódio e o medo”, disse.

06h00 Em Nova Iorque reforça-se a segurança perto de algumas mesquitas.

06h25 Ficamos a saber que foi o imã do centro comunitário que protegeu o suspeito de ser agredido pela população até a polícia chegar.

11h56 Theresa May fala à comunicação social, finda uma reunião de emergência, e classifica este ataque tão “doentio” como os todos outros que têm assolado o Reino Unido. Aos jornalistas, a primeira-ministra britânica garante que a polícia demorou apenas oito minutos a declarar o evento como “um incidente terrorista”.