Alexis Sanchéz começou a Taça das Confederações no banco. Como assim? É mesmo verdade. Mas uma fotografia colocada nas redes sociais desvendou o mistério: o avançado do Arsenal tinha um enorme inchaço no tornozelo, tendo entrado no decorrer da segunda parte do jogo da primeira jornada da Taça das Confederações, frente aos Camarões (2-0). Na segunda parte, mas a tempo de fazer a diferença: fez a assistência para o primeiro golo de Vidal e teve papel determinante no segundo golo de Vargas.

Na segunda ronda, disputada esta noite com a Alemanha, o antigo jogador do Barcelona foi titular. Primeiro recorde. E marcou, logo aos seis minutos. Segundo recorde. Expliquemos: ao ser opção inicial de Juan António Pizzi, Alexis passou a ser o jogador com mais internacionalizações pela seleção do Chile, superando os 112 jogos do guarda-redes Cláudio Bravo; ao inaugurar o marcador diante dos germânicos, passou também a ser o maior artilheiro da equipa sul-americana com 38 golos, mais um do que o antigo dianteiro Marcelo Salas. Lembra-se dele? Provavelmente sim. Ou, mesmo que não seja pela história que fez, pela história que evitou que fosse feita.

Em outubro de 2002, Gianni Di Marco, olheiro da Juventus, deslocou-se a Lisboa para fazer mais uma observação ao grande alvo do Sporting na altura, Ricardo Quaresma. No entanto, o extremo acabou por não ser escolha inicial de Laszlo Bölöni, que preferiu nesse jogo lançar um tal de Cristiano Ronaldo, que subira nesse ano aos seniores. “Liguei para Turim e pus por escrito que seria o melhor jogador do Mundo, obviamente depois do Maradona”, contou o responsável numa entrevista concedida no início deste ano à agência EFE.

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O acordo tinha tudo para ser fechado. Mas o Sporting, além de dinheiro, tentou garantir um jogador que estava meio encostado em Turim mas daria um jeitaço em Alvalade: Marcelo Salas. Até porque, depois de um ano fabuloso onde ganhou a Bola de Ouro europeia, Mário Jardel tinha caído a pique. O chileno estava com 28 anos, tinha passado com sucesso por Universidad do Chile, River Plate e da Lazio (onde ganhou tudo), mas não era opção na Juventus. Por questões desportivas e de ordenado, o avançado nunca aceitou sair. E o negócio nunca se fez.

O resto da história é conhecida: Cristiano Ronaldo, que nessa altura ainda tinha 17 anos, terminou a temporada, fez o encontro inaugural do Estádio José Alvalade frente ao Manchester United, em agosto de 2003, e seguiu para Old Trafford pouco depois, tornando-se o melhor jogador do Mundo e ganhando tudo o que havia para ganhar em Inglaterra e, mais tarde, em Espanha, pelo Real Madrid. A Juventus, essa, ficou de mãos a abanar. Como seria a história do português e do futebol mundial se aquele negócio se tivesse feito mesmo? Ninguém saberá. Mas a Vecchia Signora continua atenta aos melhores jogadores, sejam eles mais novos ou experientes. E sabe quem é falado como um dos possíveis reforços para o ataque na próxima temporada, depois da final perdida da última Champions? Alexis Sánchez.