O Parlamento alemão aprovou, esta sexta-feira, o casamento entre pessoas do mesmo sexo. De acordo com o jornal britânico The Guardian, que cita o presidente do Parlamento Norbert Lammert, o diploma foi aprovado com os votos favoráveis de 393 deputados, 226 votos contra e quatro abstenções.
Esta lei, que terá ainda de ser validada pela câmara alta do parlamento para entrar em vigor, permite ainda a adoção de crianças por parte de casais homossexuais, refere a CNN.
A chanceler alemã Angela Merkel, que deu liberdade de voto aos deputados, votou contra, argumentando que, para si, o casamento é “entre um homem e uma mulher”, lê-se no Independent.
“Espero que o voto de hoje não só promova o respeito entre a diferença de opiniões, mas também traga coesão e paz social”, acrescentou.
Merkel, que sempre se opôs à aprovação do casamento homossexual e à adoção de criança por parte de casais gays, usando como argumento “o bem estar das crianças”, já tinha adiantando que iria permitir aos deputados do seu partido (União Democrata-Cristã — CDU) votarem consoante a sua consciência e não segundo as linhas do partido.
Uma atitude tomada cerca de três meses antes das eleições gerais na Alemanha.
Num evento organizado pela revista “Brigitte”, em Berlim, Merkel afirmou que a sua opinião sobre esta questão tinha mudado depois de conhecer um casal de mulheres que eram família de acolhimento de oito crianças, lê-se no Guardian.
A Alemanha junta-se assim aos 20 países ocidentais, 13 dos quais na Europa — incluindo Portugal –, que já legalizaram o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Berlim tinha adotado, em 2001, a união civil com direitos equivalentes aos do casamento, exceto para certas vantagens fiscais e em matéria de adoção.