No primeiro ano da Web Summit em Portugal, mais de 200 startups nacionais marcaram presença na cimeira tecnológica. Dessas, 67 tiveram entrada gratuita num dia do evento por terem sido as finalistas do concurso Road 2 Web Summit. Este ano, a Startup Portugal, iniciativa nacional de apoio aos empreendedores, e a Web Summit voltaram a juntar-se e decidiram aumentar de 67 para 150 os beneficiários do programa de apoio às startups portuguesas que se queiram apresentar naquele que é considerado o maior evento de empreendedorismo e tecnologia da Europa, que se realiza pela segunda vez em Lisboa, de 6 a 9 de novembro. O anúncio foi feito esta terça-feira pelo secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos, numa sessão que contou com a presença de alguns dos empreendedores que participaram na primeira edição Road 2 Web Summit.
Governo lança Road 2 Web Summit. Quer ser uma das 65 startups com entrada gratuita?
As 150 startups selecionadas vão ter um desconto de 50% sobre o preço dos passes Alpha (para empresas que estão ainda em fase de arranque). As candidaturas já estão abertas e encerram a 31 de agosto. As startups vencedoras serão anunciadas até 15 de setembro.
Queremos apoiar mais [empresas]. No ano passado tínhamos 67 com total apoio do governo, e tínhamos outras tantas que se tinham candidatado por si próprias e pago o bilhete inteiro e isso não é justo, porque passaram pelos mesmos critérios que as outras”, referiu João Vasconcelos.
Os candidatos serão, por isso, escolhidos pelo “mérito e de acordo com critérios internacionais”, explicou o secretário de Estado da Indústria, estando as startups portuguesas sujeitas aos mesmos critérios, definidos pela Web Summit, que as estrangeiras. Esta medida custará à Startup Portugal cerca de 100 mil euros. Já 50 empresas portuguesas se candidataram, anunciou João Vasconcelos. Caso sejam aceites, ser-lhes-á também reembolsado 50% da verba.
O programa Road 2 Web Summit é muito importante porque dá às startups portuguesas a oportunidade de se prepararem para aproveitar bem tudo o que o Web Summit tem para oferecer. O volume e qualidade das candidaturas que recebemos no ano passado foi incrível, estamos muito expectantes para ver quem se candidata este ano”, explicou Paddy Griffith, Head of Startups do Web Summit, em comunicado.
Além do desconto no preço dos bilhetes, as startups vão ter acesso gratuito a sessões para a preparação da participação no evento que conta juntar mais de 60 mil pessoas, de 170 países, incluindo mais de 20 mil empresas, 7 mil CEO e 2 mil jornalistas.
200 milhões para a economia portuguesa
Segundo dados da Startup Europe Partnership, as startups portuguesas que se apresentaram na Web Summit já angariaram mais de 78 milhões de euros, desde 2010. Esse valor representa cerca de um terço do total de 310 milhões de euros angariados pelas startups portuguesas nos últimos seis anos. Só no ano passado, os projetos portugueses que estiveram presentes na cimeira captaram cerca de 21 milhões de euros.
Startups. Ecossistema português cresceu o dobro da média europeia
No último ano, as scaleups (projetos em fase avançada de crescimento) nacionais levantaram 115 milhões de euros em financiamento – 40% do total captado entre 2010 e 2016 -, o que pôs o ecossistema português a crescer o dobro da média europeia, concluiu o Startup Europe Partnership, apresentado em junho. Os investidores internacionais têm tido um papel importante no desenvolvimento do ecossistema português, dado que 62% do capital investido em scaleups veio de fora, com os norte-americanos a liderar as rondas de investimento.
De acordo com a Web Summit, os investidores internacionais que estiveram em Portugal no Venture Summit – evento paralelo à cimeira para fundos de capital de risco – representaram, em conjunto, mais de 100 mil milhões de dólares de capital disponível.
Estima-se que a edição de 2016 da Web Summit Web Summit tenha tido um impacto na economia nacional na ordem dos 200 milhões de euros, sendo um quarto desse valor absorvido pela indústria hoteleira e 50 milhões pelos diversos fornecedores diretamente ligados ao evento.
Fundada em 2010, em Dublin, por Paddy Cosgrave, juntamente com Daire Hickey e David Kelly, a Web Summit vai manter-se em Lisboa até 2020 e poderá ficar por mais dois anos.
De uma equipa de apenas três pessoas, a cimeira tecnológica transformou-se num empresa que emprega hoje mais de 150 colaboradores. No final do mês de abril, a Web Summit inaugurou o primeiro escritório em Lisboa, na zona do Cais do Sodré. Nessa altura, Paddy Cosgrave anunciou que queria contratar 20 pessoas nas áreas de vendas e desenvolvimento de software para a equipa portuguesa.
Web Summit abre primeiro escritório em Lisboa e vai recrutar 20 pessoas