O PSD advoga que os trabalhos da comissão de inquérito aos créditos da Caixa Geral de Depósitos (CGD) deviam prosseguir, e nesse sentido o partido não apresenta propostas de alteração a um relatório final “sem valor político e democrático”.

Este relatório é indigno da função fiscalizadora da Assembleia da República”, sublinhou o líder parlamentar do partido, Luís Montenegro, em conferência de imprensa no parlamento onde esteve acompanhado de vários parlamentares do PSD ligados à comissão de inquérito, entre os quais o coordenador Hugo Soares.

Montenegro acusa PS, PCP e BE de “permanentemente obstruírem” o país de “saber exatamente o que se passou” na CGD: “Esta comissão foi uma machadada na capacidade de o parlamento fazer inquéritos sobre a atividade do Governo e da administração” do banco público, declarou.

O PSD, prosseguiu ainda o seu líder parlamentar, quer “combater pela democracia” e critica o “rolo compressor da maioria parlamentar” por não permitir que os trabalhos prosseguissem até serem conhecidas decisões judiciais em torno da CGD.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

António Costa, Catarina Martins e Jerónimo de Sousa, respetivamente líderes de PS, BE e PCP, são os responsáveis, concretiza Montenegro, pelo “maior branqueamento de apuramento e escrutínio político” da democracia portuguesa.

O relatório final da comissão de inquérito, a cargo do socialista Carlos Pereira, foi apresentado no começo do mês e será esta terça-feira votado em sede de comissão após terem sido apresentadas propostas de alteração de vários partidos que não o PSD.

Na semana passada, a comissão de inquérito aos créditos e gestão da Caixa Geral de Depósitos rejeitou um requerimento do PSD para suspender os trabalhos até serem conhecidas decisões judiciais que se aguardam, com o CDS a acompanhar os sociais-democratas.

A comissão de inquérito debruçou-se sobre a gestão do banco público desde o ano 2000, culminando no processo de recapitalização de cerca de 5.000 milhões de euros aprovado entre o Governo português e a Comissão Europeia, depois de a CGD ter apresentado um prejuízo histórico de 1.859 milhões de euros em 2016.

Ao mesmo tempo, decorre no parlamento uma segunda comissão de inquérito sobre o banco público, esta focada na gestão de António Domingues e na atuação do Governo na nomeação e saída do gestor.