A 30 de agosto de 2015 um Cessna FR172H com dois pilotos a bordo conseguiu amarar com sucesso na zona da Trafaria, num acidente semelhante ao que esta quarta-feira vitimou um homem de 56 anos e uma menina de apenas 8, quando uma aeronave aterrou de emergência no areal da Praia de São João da Caparica.
A avioneta que descolara naquele dia, em pleno verão de 2015, do aeródromo de Cascais para transportar uma manga publicitária, começou a dar indícios de uma anomalia no motor aos 35 minutos de voo, quando estava a cerca de 2 milhas náuticas da Cova do Vapor, tal como se lê no relatório disponibilizado na página do GPIAA – Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves.
Apesar das várias tentativas de recuperação, o piloto aos comandos optou por, já sobre a terra, ir em direção a um terreno adjacente aos silos da Trafaria. De seguida, e sempre de acordo com o respetivo relatório, “a manga foi largada a cerca de 450 pés de altitude e, pouco depois, o motor parou por completo com um alto estrondo”.
Na sequência desse estrondo, o piloto ainda tentou aterrar no terreno junto aos silos, mas não encontrou condições para tal. Com a distância disponível para a aterragem a tornar-se cada vez mais crítica, e considerado também a perda de atitude, o piloto acabaria por amarar junto à margem.
A aeronave, que pertencia à empresa Aero Vip, ficou destruída, mas os pilotos saíram ilesos e pelo próprio pé. Pouco depois foram socorridos por pescadores nas proximidades.
Caparica. Amaragem não significa morte “na certa” – e há muitos casos que o provam
O relatório em causa alerta ainda para facto o acidente realçar “a importância da presença de dispositivos de flutuação pessoal a bordo para este tipo de trabalho aéreo”.