Depois da chuva de meteoros das Perseidas do passado dia 12 de agosto, há que marcar no calendário esta segunda-feira, 21 de agosto: é o dia de um eclipse total do sol. Enquanto por cá o fenómeno é limitado, os Estados Unidos da América (EUA) vão parar para assistir ao evento que vai atravessar o país da costa oeste à este e que não se observa desde 1918.

O que é um eclipse solar?

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O eclipse solar é um fenómeno que ocorre sempre que a lua fica entre a Terra e Sol. Quando isto acontece, o sol parece desaparecer total ou parcialmente. Embora o sol seja cerca de 400 vezes maior que a lua, também se encontra cerca de 400 vezes mais afastado, por essa razão parece que ambos têm tamanhos semelhantes.

Nos EUA, o acontecimento, um dos mais aguardados pela NASA, está a ser preparado com pompa e circunstância. A Agência Espacial Norte-Americana vai transmitir em direto o fenómeno a partir de “pontos de vista únicos do solo, de balões de altitude, aeronaves e também a partir da Estação Espacial Internacional”, como se pode ler no site. Através da aplicação da NASA para IOS ou Android, ou ainda nas redes sociais da agência, vai ser possível acompanhar o eclipse de uma forma nunca antes vista.

“O evento vai rivalizar com a alunagem de 1969 como um marco para uma nova geração”, disse Madhulika Guhathakurta, astrofísica da NASA. “Este eclipse é uma oportunidade de mostrar às pessoas que o métodos científicos funcionam. Nós conseguimos prever este evento, podemos ensinar o que acontece durante o eclipse“. A faixa de escuridão total vai ser de 113 km e vai-se estender do Oregon à Carolina do Sul, percorrendo 14 estados norte-americanos.

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Grau de escuridão durante o Eclipse de 21 de agosto de 2017

Junto com a Universidade da Califórnia, a Google vai realizar um projeto, a que chamou Eclipse MegaMovie, cujo objetivo é reunir imagens registadas da trajetória do eclipse, quer por estudantes, quer por observadores amadores, de forma a produzir material que descreva o fenómeno para a posteridade.

Quantos tipos de eclipses solares existem?

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Existem três tipos de eclipses: o total, quando o sol fica totalmente encoberto; o parcial, quando apenas uma parte do astro fica tapada; e o anular, quando a lua está demasiado distante da terra e apenas consegue “cobrir” o centro do disco solar.

Segundo o Observatório Astronómico de Lisboa, o território português vai ficar na penumbra da Lua, razão pela qual o eclipse será apenas visto parcialmente.

Ainda assim, em Lisboa o eclipse será visível a partir das 19h46, com 19% da superfície do sol encoberta; dois minutos depois, a Madeira já vê 33% da superfície encoberta. Por motivos geográficos, o arquipélago dos Açores vai ser o primeiro a ver o eclipse e aquele onde se verá o fenómeno durará mais tempo: a partir das 18h40, o sol ficará com 28% da superfície encoberta.

Na maioria do território nacional, o eclipse será pouco percetível, tendo em conta que o início deste coincide quando o sol já se encontra próximo do ocaso – momento em que o sol se põe no horizonte, na direção oeste.

A fisionomia do eclipse nalgumas zonas do território nacional

Mas os eclipses têm tanto de bonito como de perigoso e há cuidados a manter para se poder observar o evento astronómico. O Observatório Astronómico de Lisboa alerta para os “graves riscos para a visão humana” se os procedimentos de segurança não forem cumpridos.

Nunca se deve observar o sol diretamente sem filtros solares oculares e quando se fizer uso destes, não os deve combinar com câmaras fotográficas, binóculos ou outros instrumentos óticos. Nunca deve também usar óculos escuros, vidros negros ou películas fotográficas para olhar para o sol ou exceder a observação contínua por períodos de mais 30 segundos, para evitar o calor na retina, que apesar de ser indolor, queima, causando lesões irreversíveis, como a cegueira parcial ou total.