Duas carrinhas com técnicos das áreas da segurança social, justiça e agricultura vão deslocar-se às zonas mais afetadas pelos incêndios de Pedrógão Grande, nas próximas semanas, para apoiar as populações, anunciou a secretária de Estado da Segurança Social.

As carrinhas são duas unidades móveis que vão estar disponíveis nas próximas semanas para circularem nas aldeias ou nos lugares dos três concelhos mais afetados pelos incêndios — Pedrógão [Grande], Castanheira [de Pera] e Figueiró [dos Vinhos]”, disse, em declarações à Lusa, Cláudia Joaquim.

De acordo com a secretária de Estado, em cada carrinha vão estar, pelo menos, um técnico do Instituto da Segurança Social, do Instituto de Registos e Notariado e da direção-regional de Agricultura e Pescas do Centro, já que, ao longo do processo, será feita monitorização para perceber se são precisas mais pessoas. A responsável adiantou que o objetivo desta “ação porta-a-porta” é chegar junto das populações que tenham mais dificuldade em deslocar-se aos serviços e poderem assim tratar de vários assuntos.

Se a matéria tiver a ver com Segurança Social, as populações poderão tratar de assuntos como apoios e prestações sociais, por exemplo, mas os técnicos vão estar também sensibilizados para sinalizar situações que requeiram um acompanhamento social mais frequente ou até apoio médico ou psicológico e encaminhar essas pessoas para os respetivos serviços de saúde. A secretária de Estado adiantou que os empresários locais também poderão deslocar-se às carrinhas para tratar de assuntos relativos aos apoios da segurança social para empresas que foram afetadas pelos incêndios.

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Ao nível da agricultura, [poderão obter] toda a informação relativa aos agricultores e reposição do potencial produtivo. No caso da justiça, emissão de certidões, requisições de documentos de identificação, até sobre a situação dos veículos ardidos”, explicou.

Especificamente em relação à agricultura, a governante adiantou que nestas carrinhas também poderão ser tratadas as indemnizações para os agricultores que tiveram uma perda entre 1.000 e 5.000 euros, preenchendo a respetiva declaração, já que estas serão unidades totalmente informatizadas.

Cláudia Joaquim revelou que a expectativa é de, nas próximas semanas, e face aos itinerários que estão a ser pensados, serem visitadas cerca de 213 aldeias nos três concelhos, durante dois meses. “O que está previsto é que cada carrinha, em cada dia, esteja em dois dos três concelhos, mas o que se pretende é que haja uma cobertura dos três concelhos e uma cobertura que seja equilibrada“, adiantou, acrescentando que as duas unidades móveis foram cedidas pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

De acordo com Cláudia Joaquim, também está previsto que a unidade móvel regresse a uma localidade por onde já passou, se houver necessidade, já que os próprios percursos também serão ajustados à medida das necessidades. A divulgação dos percursos juntos das populações será feita pelas autarquias e juntas de freguesia, que terão conhecimento prévio. Diariamente será feita uma monitorização e avaliação para perceber se o número de semanas que as unidades vão ficar no terreno ou mesmo o número de técnicos que as compõem precisa ser reforçado.

A secretária de Estado aproveitou ainda para salientar que a Linha 144 (Linha Nacional de Emergência Social) foi reforçada com ligação aos serviços de saúde e de justiça, continuando a funcionar 24 horas por dia. No comunicado enviado à imprensa, o Ministério do Trabalho alerta que as equipas vão estar devidamente identificadas e que todos os serviços prestados são gratuitos.