A greve na Autoeuropa marca um “dia histórico na indústria portuguesa, infelizmente pelas piores razões”. Quem o diz é Maria Luís Albuquerque. A ex-ministra das Finanças considera que mais que o prejuízo económico e na reputação da empresa, as consequências podem ser mais graves.

Na newsletter do PSD, Maria Luís Albuquerque alerta para o significado político surpreendente” e “alarmante. ” O PCP apoia este governo porque isso lhe permitiu garantir, pelo menos por mais uns anos, a sobrevivência da CGTP”.

Invocando a reversão das concessões a privados no setor dos transportes, a deputada do PSD diz que só “alguém desatento ou otimista acharia que o PCP ficaria por aqui”. Defendendo que o combate à iniciativa privada “faz parte da cartilha dos partidos de extrema esquerda”, Maria Luís diz que era uma questão de tempo até surgirem mais sinais dessa estratégia. Para a ex-ministra, o conflito laboral na fábrica de Palmela, é “mais um reflexo da geringonça e do preço que António Costa impõe ao País para ser primeiro-ministro sem ter sido eleito”.

Maria Luís denuncia o “silêncio e a cumplicidade” do PCP e do Bloco de Esquerda face à queda do investimento público e do “estrangulamento de serviços públicos”. Argumenta que é a troco da aprovação dos orçamentos do Estado, permitindo à “CGTP que se instale onde até hoje não tinha conseguido entrar”. Quanto ao PS, vai continuar a reclamar méritos e partilhá-los com os partidos à esquerda, “enquanto tudo correr bem”, permitindo a António Costa e o PS a manterem-se no poder. E avisa que “no futuro, alguém será chamado a tentar remediar os estragos”.

A ex-ministra argumenta que a saída de António Chora da comissão de trabalhadores da fábrica de Palmela “desequilibrou os poderes dentro da fábrica e permitiu aos sindicatos afetos à CGTP alcançar o que há muito pretendiam sem sucesso: impor à Autoeuropa a sua cultura de direitos adquiridos, sem atenção aos deveres, desprezando (ainda que não ignorando) os impactos que tal alteração pode trazer.”

Citando António Chora, Maria Luís considera que no melhor dos cenários o conflito laboral na Autoeuropa pode levar à “redução da prevista criação de postos de trabalho”. No pior cenário, admite mesmo o encerramento a prazo da fábrica.

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