Nikki Haley, embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas (ONU), aproveitou a reunião do Conselho de Segurança desta segunda-feira para pedir “as medidas mais fortes possíveis” para serem aplicadas à Coreia do Norte, que realizou este fim de semana um novo teste nuclear. Pyongyang garante agora que consegue colocar uma bomba num míssil balístico intercontinental.

Haley usou as suas declarações para dizer “basta” à Coreia do Norte, declarando que o líder norte-coreano, Kim Jong-un “está a pedir guerra”. A representante norte-americana reforçou que as medidas incrementais que têm sido adotadas, nomeadamente através de sanções, não se têm revelado suficientes. “Os Estados Unidos nunca querem a guerra. Não a queremos agora. Mas a paciência do nosso país tem limites“, disse Haley.

No início do encontro, Jeffrey Feltman, representante do secretário-geral da ONU António Guterres, apelou a uma “resposta abrangente para parar o ciclo de provocações” da parte do Conselho de Segurança. Feltman declarou ainda que Guterres “espera que o Conselho de Segurança se mantenha unido e tome uma ação apropriada”.

China mais cautelosa; Rússia pede “cabeça fria”

O representante chinês no Conselho de Segurança, Liu Jieyi, pediu cautela ao governo norte-coreano, mas não foi tão longe como a sua homóloga norte-americana. Jieyi instou Pyongyang a “parar de tomar ações erradas, que deterioram a situação e que não estão em linha com os seus próprios interesses“. O embaixador chinês na ONU garantiu ainda que Pequim “nunca permitirá que haja caos e guerra na península [coreana]”.

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Já o embaixador da Rússia, Vassily Nebenzia, pediu “cabeça fria” e instou o Conselho a não tomar “nenhuma ação que possa escalar as tensões”. Nebenzia defendeu uma ação diplomática para este problema, nomeadamente através “dos esforços do secretário-geral das Nações Unidas”.

Esta reunião de emergência da ONU foi requisitada por Estados Unidos, Reino Unido, França, Japão e Coreia do Sul (este último o único dos cinco países que não é membro do Conselho de Segurança). Deste encontro podem surgir novas sanções a Pyongyang, embora Nebenzia já tenha avisado na semana passada que “esse caminho não propõe nenhumas opções para aliciar a Coreia do Norte a participar em negociações construtivas”.

Nova resolução votada na próxima semana

Nikki Haley anunciou que os Estados Unidos irão agora escrever uma nova resolução, na tentativa de que seja aprovada e aplicada rapidamente ao governo norte-coreano. A embaixadora norte-americana disse esperar que este texto seja votado na próxima semana pelo Conselho de Segurança. A Coreia do Norte “deu uma chapada na cara de todos nós”, declarou a representante dos EUA.

Questionado pelos jornalistas sobre se pretendia votar a favor de uma resolução norte-americana, Vassily Nebenzia declarou que a Rússia terá de “ver o que está nesse rascunho” antes de decidir, mas voltou a sublinhar que as sanções aplicadas no passado à Coreia do Norte “não resultaram”. “Não tenho a certeza que esse tipo de medidas influencie o outro lado a abandonar o que tem sido feito”, disse.