O ministro da Defesa admitiu hoje que o noticiado relatório dos serviços de informações militares sobre o furto de armamento da base de Tancos tenha sido fabricado e que possam existir “objetivos políticos” na sua divulgação.

“Hoje, sabemos que não há nenhum relatório que tenha sido produzido pelos serviços de informações, quaisquer que eles sejam. E é importante saber quem foi, com que motivação foi fabricado esse documento, falsamente atribuído aos serviços de informações”, afirmou à Lusa José Azeredo Lopes, um dia depois de o relatório ter sido noticiado pelo semanário Expresso.

O ministro considera ainda “muito peculiar” como “é que aparentemente o PSD parecia conhecer este documento falsamente apresentado como sendo das ‘secretas'” e não exclui que existam objetivos políticos na sua divulgação.

Questionado pela Lusa sobre se tem suspeitas, o ministro da Defesa disse recusar “lançar insinuações”, “ao contrário do que tem feito a oposição”.

“É importante saber de quem é a autoria do documento, com que intenção foi elaborado e com que objetivos, aparentemente políticos, foi divulgado como sendo das ‘secretas'”, afirmou o ministro, depois de ter sido criticado pelos líderes dos partidos da oposição, Pedro Passos Coelho, do PSD, e Assunção Cristas, do CDS-PP, durante o fim de semana.

Após o primeiro-ministro, António Costa, ter dito, no sábado, que o relatório com críticas ao Governo não é de qualquer entidade oficial, e de “ser claro que cabe às autoridades judiciárias” a investigação sobre o furto das armas, “só por má-fé” pode continuar a dizer-se que “o ministro não consegue saber o que se passou em Tancos”, concluiu.

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