O Ministério dos Negócios Estrangeiros português confirmou esta terça-feira ter recebido “uma nota verbal” do Ministério das Relações Exteriores de Angola, à qual irá responder “no prazo devido”.

“O Ministério dos Negócios Estrangeiros recebeu uma nota verbal do Ministério das Relações Exteriores de Angola, à qual responderá no prazo devido”, disse à Lusa fonte oficial do Palácio das Necessidades, sem adiantar mais informações.

O jornal i noticiou esta terça-feira que o executivo angolano enviou uma nota de repúdio ao Governo português, em que acusa “as autoridades portuguesas” de enveredarem “por uma via manifestamente política que se traduz num ato inamistoso, incompatível com o espírito e a letra de relações iguais, as únicas que podem pautar o desenvolvimento da amizade e cooperação entre os dois Estados soberanos que se respeitam mutuamente”.

Em causa está a constituição como arguido, por corrupção ativa, do ex-vice-presidente de Angola, Manuel Vicente, que as autoridades angolanas dizem gozar de imunidade e, como tal, apenas ter de responder perante a justiça do seu país.

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O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, foi um dos convidados para assistir à cerimónia de posse do novo chefe de Estado de Angola, João Lourenço, esta terça-feira.

Marcelo assobiado em Angola durante a posse de João Lourenço

Já na segunda-feira, o Presidente português reuniu-se em Luanda com José Eduardo dos Santos, que deixou o poder em Angola ao fim de 38 anos. No final do encontro, Marcelo Rebelo de Sousa destacou a “aproximação” entre Portugal e Angola fomentada por José Eduardo dos Santos, mesmo com divergências pontuais.

Nesta deslocação a Angola, foi acompanhado pelo chefe da diplomacia portuguesa, Augusto Santos Silva, que, na segunda-feira, disse à Lusa ter cumprimentado o ministro das Relações Exteriores ainda em funções, Georges Chikoti.

O Governo português, pela voz do primeiro-ministro, António Costa, já garantiu que as relações bilaterais estão “ótimas”, enquanto Santos Silva afirmou à Lusa, a partir de Luanda, que as relações são “normais” e “bem consolidadas”.