Jeroen Dijsselbloem já tem para onde ir depois de deixar o cargo de ministro das Finanças holandês, a 25 de outubro: vai ser conselheiro estratégico no Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), um organismo intergovernamental da União Europeia que vigia e garante a estabilidade financeira dos países da Zona Euro.

Segundo um comunicado enviado pela instituição aos jornalistas, Dijsselbloem “irá ocupar este cargo como prestador de serviços externo” entre o momento em que deixar o lugar de ministro das Finanças da Holanda e o final do seu mandato como presidente do Eurogrupo, em janeiro.

Durante este período “transitório”, Dijsselbloem terá direito a “um escritório e apoio logístico”. “Na linha dos contratos habituais do MEE para prestadores de serviços externos, o senhor Dijsselbloem será remunerado durante este tempo”, lê-se na nota.

Jeroen Dijsselbloem vai “deixar a política holandesa”

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Para o diretor do Mecanismo Europeu de Estabilidade, Klaus Regling, “Jeroen Dijsselbloem tem sido uma personalidade chave quer na área da formulação de políticas no euro quer no nosso próprio desenvolvimento enquanto mecanismo de prevenção de crises ao longo dos últimos cinco anos”.

“Depois da sua saída como ministro das Finanças da Holanda, Jeroen concordou em dar-nos a sua experiência e conhecimentos excecionais. O contrato é por um tempo limitado, mas coincide com um momento importante para o desenvolvimento futuro do MEE”, afirma Regling.

Dijsselbloem revelou esta quarta-feira que irá abandonar a política holandesa. “O meu partido deve seguir em frente. Cheguei agora à conclusão que neste papel, nesta fase, não tenho o poder de fogo” necessário para o seu trabalho, afirmou o até agora ministro das Finanças da Holanda.

Na segunda-feira, Dijsselbloem tinha anunciado que iria deixar a presidência do Eurogrupo em janeiro, deixando vago um dos cargos mais importantes da zona euro.

Na sequência da sua polémica entrevista ao jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung, na qual afirmou, referindo-se aos países do sul da Europa, que “não se pode gastar todo o dinheiro em copos e mulheres e depois pedir ajuda”, o Governo português reclamou a sua demissão do cargo, mas Dijsselbloem recusou abandonar o posto antes do final do seu mandato.