A maior contratação, o maior ordenado, o maior plantel e o maior escândalo que envolve nesta altura o futebol francês (embora de forma indireta): Nasser Al-Khelaïfi, milionário do Qatar que é o proprietário do milionário PSG, está a ser investigado pelas autoridades suíças por suspeitas de corrupção.

E, apesar da grande polémica levantada depois da contratação de Neymar e Mbappé a propósito do fair-play financeiro, a verdade é que este caso não tem nada a ver com os negócios do brasileiro e do francês nem com o clube em si, de uma maneira direta: de acordo com as instituições helvéticas, Al-Khelaïfi, que também é o principal responsável do beIN Media Group (empresa de comunicação do Qatar), terá subornado Jérôme Valcke, antigo secretário-geral da FIFA, para garantir os direitos televisivos dos Mundiais de 2026 e 2030.

Nasser Al-Khelaifi com Neymar, a maior contratação de sempre do futebol mundial (ALAIN JOCARD/AFP/Getty Images)

O caso foi aberto a 20 de março, embora só tenha vindo agora a público, sete meses depois. E, além das suspeitas em torno na atuação do dono do PSG, averigua também a possibilidade de um outro empresário, que não é identificado, ter subornado Valcke para ter a concessão dos direitos dos Mundiais entre 2018 e 2030 em alguns países. Além do interrogatório ao francês, foram feitas buscas em França, Itália, Grécia e Espanha.

Recorde-se que Valcke, uma das figuras mais próximas do ex-presidente da FIFA Joseph Blatter, saiu do órgão que tutela o futebol mundial em janeiro de 2016 por alegadas atividades corruptas, tendo sido posteriormente punido com 12 anos de suspensão (reduzidos a dez, após recurso) pelo Comité de Ética. O caso passou agora para o Tribunal Arbitral de Desporto, na Suíça.

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