O ex-presidente do Comité Olímpico Brasileiro (COB) Carlos Arthur Nuzman foi esta quarta-feira acusado de corrupção por suposta participação num esquema de compra de votos que favoreceu a escolha do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016.

O Ministério Público Federal (MPF) do Brasil também denunciou o ex-governador do Rio e Janeiro Sérgio Cabral e o empresário Arthur César de Menezes Soares Filho, o diretor-geral de operações do Rio2016, Leonardo Gryner, e os senegaleses Papa Massata Diack e Lamine Diack, ex-presidente da Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF).

Gryner também foi acusado de organização criminosa e Nuzman por organização criminosa, branqueamento de capitais e evasão de divisas. Ambos estão presos desde 5 de outubro.

De acordo com a acusação, Cabral, Nuzman e Gryner pediram ao empresário Arthur César de Menezes Soares Filho que fizesse um pagamento no valor de dois milhões de dólares (cerca de 1,7 milhões de euros) para Papa Diack garantir votos no Comité Olímpico Internacional (COI) em favor do Rio de Janeiro na eleição da cidade-sede dos Jogos Olímpicos de 2016.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Segundo o MPF, em agosto de 2009 – pouco mais de um ano após o Comité Olímpico Internacional anunciar as quatro cidades que concorreriam para sediar os jogos de 2016 –, Nuzman, Gryner e Cabral encontraram-se com Lamine Diack durante o Mundial de atletismo de Berlim, momento em que senegalês indicou seu filho para tratar dos pagamentos de suborno.

Uma primeira transação foi feita em setembro e a 2 de outubro de 2009 o Rio de Janeiro foi anunciado como cidade-sede dos Jogos de 2016.

Em dezembro de 2009 e fevereiro de 2010, Diack encaminha uma série de mensagens para Nuzman e Gryner cobrando o restante dos pagamentos devidos aos seus amigos, o que indica que houve distribuição de vantagens indevidas a outros africanos”, afirmou o MPF brasileiro.

Além da condenação pelos crimes tipificados, a acusação pede a reparação por danos materiais no valor de 6,3 milhões de reais (1,6 milhões de euros) e de danos morais no valor de mil milhões de reais (270 milhões de euros).