De fácil integração em qualquer veículo e a prometer reduzir os consumos e as emissões – são estes os atributos da nova bateria de 48V criada pela Bosch, que permitirá aos fabricantes automóveis tempos de desenvolvimento mais curtos e, logo, menores custos.
A maior voltagem desta bateria, ao oferecer 48V em vez dos tradicionais 12V dos acumuladores tradicionais, permite operar sistemas de forma mais rápida e potente. Este é o caso do Audi SQ7, cujo turbocompressor e barras estabilizadoras activas são accionados por um sistema de 48V, como é também o caso do Bentley Bentayga e dos Porsche Cayenne e Panamera.
Concebida enquanto produto estandardizado e, como tal, passível de ser aplicado em qualquer modelo de veículo, a nova bateria de 48V da Bosch vem permitir, desde logo, poupanças de tempo e dinheiro em desenvolvimento, aos fabricantes automóveis. Os quais passam assim a ter disponível um produto totalmente desenvolvido e pronto para utilização, independentemente do tipo de viatura a que se destine.
A Bosch é uma incubadora de mobilidade eléctrica. Ajudamos os fabricantes a reduzir os seus tempos de desenvolvimento e a lançar, de forma mais rápida, os seus produtos”, afirma o presidente da Bosch Mobility Solutions, Rolf Bulander.
Com custos de produção mais baixos, esta nova bateria de 48V apresenta como principal novidade a sua concepção sofisticada, com as células de iões de lítio a surgirem dispostas da forma o mais compacta possível, ao mesmo tempo que não requer qualquer sistema de ventilação ou refrigeração activa, o que consome energia e acarreta um dispêndio adicional de verbas. Já o seu invólucro é fabricado em plástico, e não em metal, ainda que capaz de suportar a tensão provocada durante o momento de carga da bateria, período em que as células de iões de lítio tendem a expandir-se.
Estamos a demonstrar que há mais do que um tipo de bateria capaz de fazer funcionar um automóvel de forma mais rápida, mais potente e com mais autonomia. Sendo que, depois, existe toda uma arte na forma de encontrar a solução adequada e mais fácil de utilizar”, comenta o responsável pela Bosch Battery Systems, Michael Budde.
Afirmando acreditar que esta nova tecnologia a “posicionará como líder do mercado das baterias de 48V”, a Bosch recorda as vantagens de sistemas como este, em países como a China. Nação que é, actualmente, responsável pela mais alta taxa de emissões de CO2, mas que também promete vir a ser o maior mercado mundial de veículos eléctricos. Desde logo, fruto das exigências governamentais que fixaram como objectivo, já para 2021, um limite de 117g de CO2 por quilómetro, para todos os automóveis vendidos no país – meta que esta nova bateria híbrida de 48V poderá ajudar os construtores a alcançarem, mais facilmente.
Ainda quanto às vantagens dos sistemas híbridos de 48V, a Bosch sustenta que estes permitem reduzir consideravelmente o consumo de combustível, resultado também da inclusão do sistema de recuperação de energia na travagem, denominado BRS – Boost Recuperation System. Energia que, uma vez recuperada, é depois utilizada na aceleração, através de um impulso electrónico, exigindo assim menos consumo de combustível da parte do motor de combustão. E, consequentemente, menos emissões para a atmosfera.
O arranque da produção desta nova bateria de iões de lítio está previsto para finais de 2018. Sendo que, no caso dos veículos híbridos, a Bosch promete disponibilizar não apenas esta nova bateria, como também vários outros componentes do sistema motopropulsor.
A tecnológica antecipa um grande mercado para automóveis mais amigos do ambiente: até 2025, deverão circular na estrada 15 milhões de híbridos de 48V.