A Ordem dos Engenheiros garante que José Sócrates nunca esteve inscrito na Ordem e, como tal, não pode ser tratado como tal, nem apelidado de Engenheiro. Ex-primeiro-ministro reagiu em comunicado, citado pelo DN, dizendo que se trata de uma campanha de maledicência.
Num esclarecimento publicado na sua página na Internet, datado de quinta-feira, a Ordem dos Engenheiros diz que recebeu um “número de interpelações e pedidos de informação” parte dos seus membros e outros cidadãos relativamente ao tema e relembra que cabe exclusivamente a esta associação profissional atribuir esse título.
No caso do ex-primeiro, garantem, “José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa não está, nem nunca esteve, inscrito na Ordem dos Engenheiros.
A Ordem diz ainda que não tem conhecimento de que José Sócrates alguma vez tenha usado indevidamente o título profissional de engenheiro, mas que a qualificação de Engenheiro que outros têm feito quando se referem a José Sócrates é “indevida”.
“A Ordem dos Engenheiros não tem conhecimento que o cidadão em causa tenha alguma vez utilizado indevidamente o título profissional de Engenheiro, em violação do n.º 4 do Art.º 7.º dos referidos Estatutos, mas apenas, como é público, de múltiplas situações em que a menção a esse título profissional é feita indevidamente por terceiros”, diz o esclarecimento.
Em 2015, o Ministério Público considerou ilegal a conclusão do curso de Engenharia Civil pela Universidade Independente por José Sócrates, depois de uma participação do reitor da Universidade, Rui Verde, onde pediu a sua nulidade.
Segundo o próprio Rui Verde, o Ministério Público terá considerado que a licenciatura de José Sócrates não cumpriria várias normas legais, mas acabou por não pedir a nulidade da licenciatura.
Sócrates culpa campanha de maledicência
O ex-primeiro-ministro reagiu ao esclarecimento feito pela Ordem dos Engenheiros, em declarações ao Diário de Notícias, dizendo que estas notícias “só são entendíveis no quadro da atual campanha de maledicência” contra o próprio e que nunca invocou qualquer título profissional que não lhe pertença.
Num comunicado citado pelo jornal, José Sócrates faz ainda uma lista do seu currículo académico, dizendo que é engenheiro técnico licenciado pelo ISCTE em 1979 e, mais tarde, licenciado em engenharia civil pela Universidade Independente – a mesma licenciatura considerada ilegal pelo Ministério Público mas cuja nulidade não chegou a ser pedida -, mas que nunca chegou a pedir inscrição na ordem por não exercer desde 1987.
“O título de engenheiro com que sou tratado não diz respeito a minha atividade profissional mas à minha habilitação académica”, diz o ex-primeiro-ministro.