O Caixabank, acionista maioritário do BPI, teve lucros de quase 1.500 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, 650 milhões do quais registados neste terceiro trimestre (um trimestre que terminou na véspera do referendo catalão que levou o banco a mudar a sede fiscal para fora de Barcelona). No terceiro trimestre, o BPI contribuiu 103 milhões de euros para os lucros, aumentando esse benefício para 180 milhões desde a integração do BPI no Caixabank, em fevereiro.
Os lucros de 1.488 milhões de euros nos primeiros nove meses, que ficaram acima das expectativas dos analistas, foram os melhores de sempre no banco. E os resultados trimestrais de quase 650 milhões, uma subida de quase 50% face aos resultados do mesmo período do ano anterior, também são um recorde.
O BPI ajudou, também, o Caixabank a melhorar a sua margem financeira, um indicador crucial para medir a atividade dos bancos por refletir a diferença entre aquilo que o banco paga para se financiar (BCE, depósitos, emissões no mercado, etc) e os juros cobrados nos empréstimos que concede. A margem financeira subiu 15,2% (para 3.550 milhões), mas teria aumentado apenas 6,5% sem a contribuição do BPI, afirma o banco no relatório divulgado esta terça-feira.
Ao contrário do que era habitual, o relatório assinado pelo presidente-executivo Gonzalo Gortázar vem com o local de Valencia (e não a Avenida Diagonal de Barcelona, onde ficava a sede societária). Apesar da incerteza sobre a permanência da Catalunha em Espanha — que não é mencionada no relatório de resultados — os depósitos no banco aumentaram até ao final de setembro — os recursos de clientes eram de 348,9 mil milhões de euros em junho e esse valor superou os 350 mil milhões em setembro. Falta saber se a incerteza que se seguiu ao referendo levou a uma inversão desta tendência, já que houve notícias de clientes a quererem levantar dinheiro dos bancos sediados na Catalunha.