A Aptoide é a primeira loja de apps do mundo a desenvolver um protocolo blockchain (que permite efetuar transações virtuais entre pessoas e organizações, sem intermediários, e que serve de base às criptomoedas) dedicado à economia das aplicações móveis. Com este protocolo, a startup portuguesa lança as AppCoins, as primeiras moedas virtuais com origem em Portugal.

Para que isto seja possível, a empresa fundada por Paulo Trezentos e Álvaro Pinto vai lançar uma oferta inicial de moedas (ICO, na sigla em inglês) cuja pré-venda decorrerá durante a Web Summit, entre 6 e 9 de novembro. O protocolo vai ser integrado primeiro na App Store da Aptoide, mas pode ser adotado noutras lojas de apps, como a App Store, presente no sistema operativo iOS ou a Play Store, presente no sistema operativo Android.

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“A visão da Aptoide é criar uma solução disruptiva do atual modelo, oferecendo uma maior escolha e mais valor para os programadores, proprietários de lojas de apps e utilizadores”, explica Paulo Trezentos, presidente da Aptoide, acrescentando que com este lançamento, a empresa dá um passo importante nessa direção. “A AppCoins está configurada para mudar profundamente a atual economia das apps, oferecendo um ambiente radicalmente novo para distribuir e consumir apps em escala”, diz.

A Aptoide é uma das maiores lojas de aplicações para telemóveis Android: tem 200 milhões de utilizadores, que vão poder aceder ao ICO. Depois desta oferta inicial, o protocolo AppCoins fica disponível na loja. Quando os utilizadores interagem com as apps disponíveis na Aptoide são recompensados com as moedas digitais, permitindo às pessoas que ainda não têm acesso a meios de pagamentos online fazerem compras nas aplicações que descarregam.

Há 200 milhões de pessoas no mundo a utilizar a loja de apps da Aptoide

Em comunicado, a Aptoide explica que as AppCoins são mais do que uma moeda virtual — é um protocolo que pode ser adotado por qualquer loja de aplicações, independentemente do sistema operativo, que elimina os intermediários de pagamento e de publicidade. Para a startup portuguesa, isto garante um maior retorno do investimento.

“O protocolo aborda as principais deficiências da economia de aplicações, oferecendo um sistema global mais seguro e mais transparente que beneficia as lojas de apps, utilizadores e programadores. Hoje, apenas 5% dos utilizadores de smartphones fazem compras nas aplicações através de publicidade nativa”, lê-se no comunicado.

Aptoide prevê angariar 28 milhões de dólares com a pré-venda das AppCoins

Para lançar a moeda no mercado, os utilizadores poderão comprá-la na pré-venda que vai decorrer entre 6 e 9 de novembro, com um desconto de 30%. As expectactivas da Aptoide apontam para que capte 28 milhões de dólares (24 milhões de euros) neste ICO. Apenas 12% do total das moedas vai estar disponível para compradores.

De acordo com a Aptoide, o protocolo AppCoins oferece uma solução universal que aborda os três principais problemas do ecossistema: “a intermediação excessiva do atual modelo de publicidade mobile, a inacessibilidade das compras na aplicação para utilizadores e a falta de transparência no processo de aprovação de apps”. O mercado das aplicações gera atualmente mais de 77 mil milhões de dólares por ano em receita bruta.

“Hoje, com tecnologia blockchain e smart contracts, podemos desbloquear todo o processo de distribuição e monetização de apps para programadores. Ao reduzir os intermediários de Adtech, a AppCoins reduz para 15% os custos de intermediação para o programador, comparando com uma média de indústria que varia entre 40% a 70%”, afirma Ren Tang, vice-presidente de produto da Aptoide.

Segundo a mesma empresa, prevê-se que o mercado de aplicações online cresça até 2021, altura em que deverá alcançar mais de 6 mil milhões de utilizadores e gerar uma receita de 6,3 triliões de dólares em receita até 2021. A Aptoide é uma loja de apps para o sistema operativo Android. Foi lançada em 2011 por Paulo Trezentos e Álvaro Pinto, contando já com 200 milhões de utilizadores e mais de quatro milhões de downloads.