Estão a tornar-se vários casos de assédio sexual depois das denúncias que envolvem o produtor de Hollywood Harvey Weinston, o realizador James Toback e, mais recentemente, o ator Kevin Spacey, protagonista na série ‘House of Cards’. Agora foi conhecido um novo caso, mas em Westminster, bem afastado dos holofotes de Hollywood: depois de alguns membros do Parlamento britânico terem admitido comportamentos impróprios, os seus funcionários compilaram uma lista com mais de 30 nomes, todos eles do Partido Conservador.

Uma das figuras que surgiu na imprensa internacional foi a do secretário da Defesa, Michael Fallon, que admite ter tido um comportamento inadequado há 15 anos com a jornalista Julia Hartley-Brewer. A repórter contou que Michael Fallon lhe colocou a mão “repetidamente” no joelho durante um jantar, em 2002, mas que a situação ficou resolvida depois de lhe dizer que, se voltasse a acontecer, lhe dava “um murro na cara”.

A publicação sobre este episódio de assédio sexual surgiu no jornal The Sun e, rapidamente, Julia Hartley-Brewer respondeu com um tweet.

Este ‘incidente’ aconteceu em 2002. Ninguém ficou chateado ou angustiado com ele. Os meus joelhos permanecem intactos.”

A agora apresentadora de rádio acrescenta ainda que não foi uma vítima e que não pretende fazer parte daquilo que acredita ser uma “caça às bruxas” de Westminster, uma vez que o nome daquele membro do governo surgiu numa lista que inclui 37 elementos do Partido Conservador.

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O assunto foi discutido na Câmara dos Comuns onde Andrea Leadsom delineou um plano no sentido de dar apoio aos trabalhadores do Parlamento, caso surjam situações de má conduta, e para ajudar as vítimas de assédio sexual a reportar os casos às autoridades – pois, como a própria defende, é algo que deve ser feito.

Alinhados contra o assédio

Durante o último fim de semana, o ministro do Comércio, Mark Garnier, admitiu ter pedido ao seu assistente para lhe comprar brinquedos sexuais e o ex-secretário de Estado do trabalho e das pensões, Stephen Crabb pediu desculpas por ter tido conversas com conteúdo sexual com um candidato de 19 anos a um trabalho em Westminster.

Sobre este assunto, a ministra do trabalho, Harriet Harman, disse que nenhum homem ou mulher, na Câmara, devem estar sujeitos a avanços sexuais indesejados por parte das pessoas que detêm mais poder. E, após o discurso de Leadsom, outros membros do parlamento condenaram o facto de políticos com poder se aproveitarem da vulnerabilidade dos seus trabalhadores, principalmente dos mais jovens.

Liz Saville Roberts, membro do partido social-democrata, relembrou a história de uma trabalhadora do Parlamento, que foi alvo de assédio sexual. A vítima reportou o caso, mas as autoridades nada fizeram. Leadsom acabou, assim, por dizer que há uma grande necessidade de dar apoio e proteção aos milhares que trabalham em Westminster.