O apresentador e jornalista norte-americano Charlie Rose foi acusado de assédio sexual por oito mulheres que já trabalharam ou aspiravam a trabalhar no seu programa homónimo, Charlie Rose, entre finais dos anos 90 e 2011, reporta o The Washington Post. Rose, que também apresenta o CBS This Morning e é correspondente do 60 Minutes, terá feito chamadas com teor sexual e alegadamente apalpado mulheres em partes íntimas.

Os relatos de diversas vítimas ao The Washington Post são todos bastante semelhantes. De acordo com o jornal norte-americano, várias mulheres dizem que as interações do apresentador com elas variava entre “fúria e lisonja”. Algumas contam que Charlie Rose colocava as mãos nas pernas delas, chegando mesmo a tocar na parte superior da coxa como forma de testar “as reações delas”, escreve o Post. Uma revela que Rose lhe apalpou as nádegas.

As situações de assédio de Charlie Rose só aconteceram no seio da produção do seu programa, a qual, de acordo com o The Washington Post, tem cerca de 15 empregados. As mulheres que relatam as situações de assédio dizem não ter sabido como agir na altura, dado o programa e a empresa que detém o programa, Charlie Rose Inc., pertencerem ambos ao mesmo. Uma delas afirma que “não havia ninguém para reportar isto se te sentisses desconfortável”.

Os avanços sexuais de Rose eram vistos como algo normal por parte de membros da equipa. Uma das assistentes de Rose, Kyle Godfrey-Ryan, disse que reportou uma situação de assédio à produtora executiva, Yvette Vega, que a desvalorizou dizendo que “isso é apenas o Charlie a ser o Charlie”. Vega admitiu ao The Washington Post que deveria ter feito mais para proteger as mulheres que trabalhavam no programa.

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Duas mulheres relatam momentos em que foram convidadas a trabalhar em casa de Rose e este apareceu nu após tomar banho. Uma das mulheres em questão diz que contou o incidente a uma colega no escritório. Dias depois, um colega disse-lhe, rindo, que levou “o truque do chuveiro”.

O apresentador já fez um pedido de desculpas público, que enviou ao The Washington Post. Charlie Rose diz que nos seus “45 anos de jornalismo” se orgulhou de “em ser um defensor das carreiras das mulheres” com quem trabalhou. “É essencial que estas mulheres saibam que eu as oiço e que peço profundas desculpas pelo meu comportamento inapropriado. Estou bastante embaraçado. Comportei-me insensivelmente por vezes, e eu aceito a responsabilidade”, disse. Contudo, Rose acrescenta que não acredita “que todas estas alegações sejam precisas”, dizendo ainda que sempre sentiu que perseguia “sentimentos partilhados, ainda que não tenha percebido que estava enganado”.

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Após a reportagem do The Washington Post, Charlie Rose foi suspenso pela CBS do seu cargo enquanto apresentador do CBS This Morning e do 60 Minutes.

A PBS e a Bloomberg também já anunciaram que iam deixar de distribuir o programa do apresentador, Charlie Rose.