Entre a uma hora da manhã de 15 de novembro e as 7h19, o capitão do ARA San Juan, o submarino que desapareceu 450 quilómetros ao largo da costa argentina, falou durante mais de 55 minutos com a base. As comunicações satélite mostram que o capitão fez oito chamadas para terra que duraram entre 60 segundos e 13 minutos e nas quais foram relatados o curto-circuito e um princípio de incêndio a bordo.
Os dados sobre as comunicações entre o submarino e a base foram divulgados pela Tesacom, que fiscaliza as comunicações satélite da linha Iridium. Segundo o El País, a Marinha argentina, que não tinha ainda revelado esta informação, desvaloriza a existência das comunicações. “Recebemos esta lista, que confirma as chamadas telefónicas e de dados. São as primeiras chamadas que o comandante da unidade fez, dando conta da falha e do curto-circuito e princípio de incêndio, fumo sem chama”, disse Enrique Balbi, porta-voz do ramo, citado pelo diário espanhol.
Numa das comunicações, o capitão Pedro Fernández dá conta de um problema mecânico. “Entrada de água de mar pelo sistema de ventilação no tanque de baterias número 3 originou um curto-circuito e princípio de incêndio no balcão de barras de baterias. Baterias de proa fora de serviço. Neste momento, em imersão propulsionando com o circuito divido. Sem novidades sobre pessoal. Manterei informado”, refere uma mensagem enviadas a partir do submarino.
Nenhum dos envolvidos considerou a avaria grave. Ainda assim, o capitão Pedro Fernández recebeu ordens para suspender a fiscalização de pescas ilegais na costa argentina e rumar a terra. Cerca de duas horas depois da comunicação em que foi reportada a entrada de água no submarino, a Organização de Controlo de Provas Nucleares detetou uma explosão. Duas semanas depois, o ministro da Defesa dava ordem para que fossem suspensas as buscas. Já não havia hipóteses de encontrar elementos da tripulação com vida.
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