A ex-presidente da Raríssimas, Paula Brito e Costa, passou ao contra-ataque acusando outros antigos dirigentes da associação para vítimas de doenças raras de irregularidades financeiras e desvios de fundos.
Em entrevista à RTP, ao Programa Sexta às Nove, que vai para o ar esta sexta-feira à noite, Paula Brito e Costa mostra uma auditoria feita pela empresa PKF que terá denunciado a existência de desvios de donativos da delegação da Maia, então comandada por Joaquina Teixeira. As irregularidades detetadas, no valor total de cerca de 270 mil euros, foram objeto de uma queixa ao Ministério Público apresentada pela associação e levaram ao afastamento da então vice-presidente em maio deste ano. O Observador já tinha noticiado a existência desta investigação.
Desvio de fundos, fraude fiscal e branqueamento de capitais, em favor do filho e de outros familiares, são as suspeitas levantadas pela ex-presidente da Raríssimas contra a sua antiga vice-presidente. Paula Brito e Costa admite que Joaquina Teixeira estará por trás da “cabala” de que diz ser alvo, apesar de o seu nome não surgir nas denúncias feitas pelo antigo diretor financeiro da associação que desencadearam o caso Raríssimas numa reportagem da TVI.
O antigo presidente do conselho fiscal confirma que Paula Brito e Costa lhe comunicou as suspeitas das irregularidades. O Ministério Público também adianta que o inquérito foi aberto com base numa denúncia apresentada pela direção da associação com factos relacionados com a gestão da instituição. Segundo a auditoria, Joaquina Teixeira terá beneficiado o filho e outros familiares com bolsas especiais que foram dadas para pagar o tratamento de crianças carenciadas. São referidos donativos para pagar tratamentos que nunca chegaram a ser feitos e uma bolsa social no valor de três mil euros que terá sido desviada da sua destinatária inicial para o filho da antiga vice-presidente.
Segundo o relatório da PKF, os desvios em bolsas sociais para crianças carenciadas a favor do filho e de outros membros da família da ex-vice-presidente terão ascendido a 131 mil euros.
Um dos casos relatados é o de uma campanha de peditórios de 57 mil euros que terão sido depositados em contas de familiares de Joaquina Teixeira, valor que depois foi doado à associação, conferindo benefícios fiscais aos dadores. As empresas do irmão da ex-vice-presidente terão doado cerca de 81.500 euros à Raríssimas. Joaquina Teixeira não quis comentar estas acusações. O antigo tesoureiro da Raríssimas que denunciou as primeiras irregularidades na instituição à TVI, e que segundo Paula Brito e Costa teria conhecimento destes casos, também não falou ao programa da RTP.