O secretário para a Segurança de Macau reiterou esta quarta-feira que a entrada no território só é recusada em caso de possíveis ameaças à segurança da cidade e em conformidade com a lei.

Wong Sio Chak falava aos jornalistas à margem da cerimónia do 18.º aniversário do estabelecimento da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) sobre a recusa de autorização para entrar no território de um político pró-democracia de Hong Kong, na terça-feira de manhã.

O vice-presidente do partido Third Side, Caspar Wong, afirmou que as autoridades da imigração de Macau recusaram o visto de entrada e informaram o político de que representava uma ameaça para a segurança do território, de acordo com uma notícia avançada na terça-feira pela RTHK.

Caspar Wong afirmou ter ficado surpreendido com a decisão das autoridades de Macau, uma vez que o Third Side é considerado um partido moderado, indicou a Rádio e Televisão Pública de Hong Kong.

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“A entrada [no território] apenas é recusada a pessoas que alegadamente possam ameaçar a segurança. As ações policiais decorreram com respeito total pela lei”, disse o secretário, de acordo com um comunicado do Gabinete de Comunicação Social (GCS).

“Macau é um território pequeno e não tem condições para suportar o caos e respetivas consequências, por isso, as autoridades policiais têm o direito e a responsabilidade de proceder da melhor forma aos trabalhos de segurança do território”, sublinhou.

O responsável acrescentou a polícia atua em conformidade com a lei, “com base nas informações recolhidas e num julgamento profissional”.

“Nenhuma decisão [das autoridades policiais] está relacionada com a profissão das pessoas”, acrescentou Wong Sio Chak, indicando que “qualquer país do mundo tem políticas e leis próprias de entrada e de saída” e que em “nenhuma parte do mundo, por razões de segurança e de confidencialidade, se divulga o motivo” da decisão das autoridades.

Entretanto, o vice-presidente do partido Third Side, Caspar Wong, que se deslocava a Macau para participar num fórum sobre finanças, exigiu uma explicação às autoridades da RAEM.

Após a passagem por Macau do tufão Hato, que causou dez mortos e mais de 240 feridos, cinco jornalistas de Hong Kong foram impedidos de entrar no território.

Dois políticos e 13 profissionais da comunicação social de Hong Kong tiveram o mesmo tratamento pelos serviços de imigração no período que antecedeu as eleições para a Assembleia Legislativa de 17 de setembro.