A Catalunha foi a votos esta quinta-feira — a primeira vez em 25 anos que Espanha realiza eleições (ainda que regionais) a um dia de semana. Mais do que 80% dos catalães foram às urnas. As escolhas foram feitas: o Ciudadanos ganhou mas os independentistas obter maioria absoluta. Face às adversidades que se têm vivido nos últimos tempos, o assunto não ficou dentro das fronteiras da Catalunha — nem tão pouco de Espanha. Por jornais de todo o mundo, surgiram reações aos resultados.

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As palavras “independentistas” e “maioria absoluta” juntam-se no mesmo título. Na Europa, as eleições da Catalunha foram acompanhadas ao minuto na generalidade dos jornais. Face aos resultados, o jornal francês Le Figaro fala em “choque independentista”. Já o Libération destaca o facto de Carles Puigdemont e Oriol Junqueras, líderes do Juntos Pela Catalunha e da ERC, terem estado ausentes da noite eleitoral – um preso e o outro em Bruxelas. O jornal aborda ainda a continuação do problema para Mariano Rajoy, já que agora a maioria independentista dispõe de uma base eleitoral consistente. O El Monde puxa Puigdemont para o título e destaca a frase “este é um resultado que ninguém pode discutir”.

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Na Alemanha, a revista Der Spiegel apresenta uma espécie de explicador para responder às perguntas mais importantes depois das eleições. O título do artigo é, aliás, também ele uma pergunta: “Ganharam as eleições. E agora?”. O jornal Welt é mais assertivo e cita Carles Puigdemont, aproveitando a frase “o Estado espanhol foi derrotado”.

Em Inglaterra, o The Guardian acompanhou o desenrolar da noite eleitoral ao minuto e esta manhã tem a Catalunha em destaque. O jornal dá relevância à manutenção da maioria por parte dos separatistas e considera o resultado eleitoral um “golpe severo para o Governo espanhol que esperava que as votações parassem a insistência na secessão”. A BBC e o Independent tornam Carles Puidgemont o protagonista das eleições regionais e é ele que está nas fotografias principais; os dois meios de comunicação dão especial relevância às declarações de vitória do líder do Juntos pela Catalunha. Por sua vez, o Telegraph adota uma posição mais geral e adjetiva as eleições desta quinta-feira como “críticas”.

O italiano La Repubblica evidencia a maioria independentista mas recorda que o partido mais votado foi o Ciudadanos de Inés Arrimadas. O Corriere della Sera apelida o resultado das eleições como o “regresso do separatismo”e apresenta um perfil de Arrimadas, a quem chama “a presidenta que todos aclamam”: depois da reação da cabeça de lista do Ciudadanos aos resultados, os milhares de apoiantes presentes na concentração gritaram insistentemente “presidenta”.

Nos Estados Unidos, é preciso procurar um bocadinho mais por notícias sobre as eleições regionais catalãs. O New York Times é jornal que dá mais destaque ao tema e, além do artigo principal, tem uma pequena reportagem multimédia com alguns testemunhos de jovens catalães. O jornal considera que este é “um golpe para a unidade espanhola”. A CNN e a Fox News realçam a renovação da maioria separatista e também fazem menção das dificuldades que se adivinham para a formação de um governo.

https://observador.pt/2017/12/21/catalaes-vao-as-urnas-participacao-eleitoral-abaixo-da-de-2015/