Os advogados de Donald Trump tentaram travar o lançamento do polémico livro Fire and Fury: Inside the Trump White House, que descreve os bastidores caóticos da presidência de Trump. Em resposta, a editora vai adiantar a data da publicação da obra: em vez de estar disponível a 9 de janeiro, o livro vai ser lançado já esta sexta-feira, escreve o jornal The Guardian.

O autor do livro, Michael Wolff, partilhou a seguinte mensagem no Twitter: “Aqui está. Podem comprá-lo e lê-lo amanhã. Obrigada, senhor presidente”.

Fire and Fury, do escritor e jornalista Michael Wolff, é um dos livros políticos mais aguardados do ano por retratar os bastidores da Casa Branca e a presidência de Trump. A obra foi descrita pelo jornal The Guardian, que teve acesso em primeira mão a algumas passagens, como um “drama desagradável e de cortar goelas”. O livro foi feito com recurso a mais de 200 entrevistas conduzidas pelo autor, que ouviu e acompanhou, durante meses, não só Donald Trump como os seus colaboradores mais próximos — incluindo Steve Bannon, ex-conselheiro estratégico de Trump, despedido em agosto de 2017.

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Charles Harder, advogado de Trump, enviou uma carta esta quinta-feira à editora Henry Holt & Co. e ao autor do livro exigindo o cancelamento da publicação da obra, que considera conter acusações difamatórias contra o presidente dos EUA, e ainda uma cópia do livro. Uma carta semelhante foi enviada a Steve Bannon na quarta-feira à noite, onde o ex-conselheiro de Trump é acusado de difamação.

Steve Bannon critica Trump Jr. em novo livro. Presidente responde: “Ele ficou doido”

Logo após a publicação de alguns excertos explosivos por parte do The Guardian, o caos instalou-se nos bastidores da Casa Branca. Não só Trump acusou Bannon de “ter ficado doido” quando perdeu o emprego, tendo em conta as declarações polémicas que este faz na obra, como a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, disse que o presidente estava “furioso e desgostoso” com os ataques de Bannon.

A título de exemplo, no livro Steve Bannon acusa o filho mais velho de Donald Trump — bem como o genro Jared Kushner e o então diretor de campanha Paul Manafort — de ter sido “antipatriótico” e de ter “atraiçoado”a nação. Em causa está a polémica reunião de Trump Jr. na Trump Tower, em Nova Iorque, com a advogada russa Natalia Veselnitskaya, em junho de 2016.