Chegámos à era pós-Weinstein? Mira Sorvino, Annabella Sciorra e Rose McGowan são três das atrizes que acusaram o produtor norte-americano de assédio sexual. As três são agora notícia por outro motivo: Sorvino vai ter uma participação especial na série Uma Família Muito Moderna, Sciorra conseguiu um papel recorrente em Glow e McGowan vai ser protagonista de um documentário na primeira pessoa, chamado Citizen Rose, a ser transmitido no canal E!. Diz a Vanity Fair que este é o regresso das atrizes que foram alegadamente prejudicadas por Weinstein.

As três atrizes falaram publicamente da conduta inapropriada por parte de Harvey Weinstein, que continua a negar as alegações de sexo não consensual: McGowan acusa o produtor de violação, bem como Sciorra, e Sorvino diz que foi sexualmente assediada. Mas há mais coisas que unem as três artistas, uma vez que todas alegam que os respetivos encontros com Weinstein ditaram um futuro difícil para as suas carreiras, isto é, alegam que o produtor as colocou numa lista negra que as isolou de diferentes oportunidades em Hollywood.

Antes de 2017 acabar era notícia que Mira Sorvino tinha sido afastada de alguns filmes depois de ter rejeitado os avanços de Weinstein. A confirmação surgiu pelas palavras do realizador Peter Jackson, que confessou não ter contratado a atriz a mando do produtor: “Lembro-me de que a Miramax nos disse que era um pesadelo trabalhar com elas e que devíamos evitá-las a todo o custo”, disse Jackson referindo-se a Sorvino e ainda a Ashley Judd. O caso de assédio que influenciou a carreira de Sorvino remonta a 1995, quando a atriz estava no auge (tinha acabado de participar no filme Mighty Afrodite).

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“Pode ter havido outros fatores, mas definitivamente senti que me estavam a afastar e que a minha rejeição a Harvey tinha alguma coisa que ver com isso”, contou Sorvino à revista The New Yorker. Assim que soube da confissão de Jackson, Sorvino publicou um post na rede social Twitter onde escreveu como aquela era a confirmação das suspeitas que há muito carregava às costas.

Ainda em outubro último, Sciorra, que alega ter sido violada pelo produtor em 1990, contou à New Yorker como a sua carreira sofreu mediante as investidas de Weinstein — “Ouvimos dizer que és muito difícil” era a resposta mais recorrente. “Acho que foi a máquina Harvey [a funcionar].” Também estas alegações foram já desmentidas por Weinstein através da sua porta-voz, Sallie Hofmeister.