Vários hospitais do país estão a ficar sem enfermeiros suficientes devido à saída destes profissionais para centros de saúde, escreve esta sexta-feira o Diário de Notícias.
Muitos enfermeiros especialistas deverão ocupar a grande parte das 774 vagas de um concurso para as Administrações Regionais de Saúde, que foi agora concluído, o que deixa vários serviços com escassez de profissionais. Ginecologia e obstetrícia são as especialidades mais afetadas.
Os hospitais de Santa Maria e Pulido Valente, que integram o Centro Hospitalar de Lisboa Norte (CHLN), serão dos mais afetados por esta vaga, com várias fontes a confirmar ao Diário de Notícias que cerca de 80 enfermeiros deverão sair daquelas duas unidades.
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A administração do CHLN, contudo, rejeita a informação, explicando que apenas quatro enfermeiros especialistas na área da saúde materna e obstétrica pediram recentemente para sair, e que serão substituídos. A saída de enfermeiros destas áreas afeta especialmente as consultas de acompanhamento da interrupção voluntária da gravidez, as salas de parto e as enfermarias.
O panorama repete-se por todo o país. A bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, diz ao Diário de Notícias que a maioria das vagas do concurso aberto em 2015 foram agora ocupadas por enfermeiros de hospitais.
Abriram concurso em que possibilitaram às pessoas dentro do sistema consolidar a sua mobilidade e o que percebemos é que as vagas foram quase todas ocupadas por pessoas que já estavam dentro do sistema”, disse a bastonária àquele jornal.
Devido ao atraso no concurso aberto em 2015, apenas em novembro do ano passado os lugares foram atribuídos, o que faz com que a maioria dos enfermeiros comecem agora a sair dos hospitais, numa altura em que a afluência aumenta devido ao pico da gripe.
Segundo explica também o Diário de Notícias, os enfermeiros preferem os centros de saúde aos hospitais pois, embora recebam o mesmo salário, têm horários mais estáveis, não têm a obrigatoriedade de fazer turnos noturnos e podem ter acesso a um contrato em funções públicas, permitindo-lhes acesso, por exemplo, à ADSE.